Engordou desde que entrou para o ginásio? Entenda o motivo
O corpo humano liberta sinais biológicos muito mais fortes sobre o o apetite quando não comemos o suficiente, comparativamente a quando comemos em excesso.
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Lifestyle Fome
As diretrizes de saúde apontam que comer menos e praticar mais exercício físico é a chave para emagrecer e ser mais saudável, mas tal apresenta um outro problema, que é aliás bastante óbvio. Ser mais ativo pode torná-lo mais faminto, como reporta a revista Exame Brasil. Há um risco dos indivíduos comerem mais para compensar e assim ganharem mais peso, mais até do que se tivessem optado por continuarem sentados no sofá a ver séries na Netflix.
Num mundo ideal, o corpo humano teria a capacidade de detetar imediatamente as mudanças na quantidade de energia que despendemos e, em seguida, regular o apetite de modo a consumirmos a quantidade certa para equilibrar essa equação. Infelizmente não é o que acontece. Todos nós ficamos com fome duas ou três vezes por dia, às vezes mais, independentemente do que fizermos.
O corpo humano também liberta sinais biológicos muito mais fortes sobre o apetite quando não comemos o suficiente do que quando comemos demais. Essa má relação de feedback diário ajuda a explicar por que as pessoas obesas ainda experienciam fortes sentimentos de fome.
Mistérios do apetite
A maioria dos indivíduos queima diferentes quantidades de calorias em dias diferentes – quem pratica exercício têm dias de folga, enquanto todos temos dias em que caminhamos mais, realizamos mais tarefas domésticas ou qualquer outra coisa.
Estudos não encontraram qualquer relação clara entre essas variações e a quantidade de comida que uma pessoa consome no dia em questão. Mas também não é fácil dizer algo definitivo.
A maioria das pesquisas concentrou-se em pessoas que optam por treinos aeróbicos, e descobriram, por exemplo, que enquanto algumas pessoas altamente treinadas e magras tendem a comer a quantidade certa para compensar as calorias extras que queimam, as pessoas acima do peso são mais propensas a comer demais.
O que poderia estar por trás dessa diferença? Uma possibilidade é que os processos fisiológicos mudem nas pessoas que fazem mais exercício – por exemplo, as suas hormonas intestinais podem ser libertadas em diferentes concentrações quando comem, potencialmente com relação à quantidade de comida que necessitam.
Uma questão de longa data, que remonta a cerca de 60 anos, é onde o metabolismo se encaixa nessa história. Alguns trabalhos importantes publicados em 2013 por uma equipa em Leeds descobriram que as pessoas com sobrepeso eram mais famintas e consumiam mais calorias do que as pessoas mais magras.
Como as pessoas com excesso de peso têm uma taxa metabólica de repouso (basal) mais alta – a taxa na qual o corpo queima energia enquanto estão em repouso – o grupo propôs que houvesse uma correlação entre essa taxa e o tamanho das refeições que as pessoas comem.
O facto das taxas metabólicas de repouso das pessoas serem estáveis, independentemente das flutuações no exercício diário, pode ajudar a explicar por que os níveis de exercício geralmente não influenciam o quanto comemos no mesmo dia.
No entanto, isso não significa que a taxa metabólica de repouso realmente determine a quantidade de alimentos que ingerimos. A equipa de cientistas propôs que a composição corporal de uma pessoa, especificamente a sua quantidade de massa muscular, pode estar a governar a sua taxa metabólica.
Se assim for, a taxa metabólica pode estar apenas a atuar como intermediária – direcionando as informações sobre a composição corporal através de redes hipotalâmicas no cérebro, que acredita-se seja a responsável por controlar o apetite. De qualquer forma, esse tema ainda necessita de ser explorado através da realização de mais pesquisas.
Conclusão: apenas movimentar-se mais não levará espontaneamente à perda de peso – as pessoas devem estar cientes disso e monitorizar se estão a comer mais do que devem.
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