Quer adotar uma dieta vegetariana? Comece pela flexitariana
Quem o diz é Catarina Sofia Correia, nutricionista na Clínica Tejo Saúde, Parceira Fitness Hut - Grupo VivaGym, num artigo de opinião partilhado com o Lifestyle ao Minuto.
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Podem existir vários motivos para adotar uma dieta vegetariana, que se baseia na abstenção da ingestão de qualquer alimento de origem animal. Os motivos podem ser religiosos ou pessoais, bem como por questões éticas, como a defesa dos direitos dos animais. Outras adotam uma dieta vegetariana por questões ambientais, pois a produção animal aumenta as emissões de gases de efeito estufa, contribui para as mudanças climáticas e requer grandes quantidades de água, energia e recursos naturais.
O vegetarianismo carateriza-se de várias formas, cada uma das quais difere nas suas restrições:
- Dieta lacto-ovo-vegetariana: elimina carne, peixe e aves, mas permite ovos e lacticínios.
- Dieta lacto-vegetariana: elimina carne, peixe, lacticínios, mas permite produtos lácteos. Dieta ovo-vegetariana: elimina carne, peixe, aves e lacticínios, mas permite ovos.
- Já a Dieta Flexitariana (ou dieta semivegetariana) permite obter os benefícios de uma alimentação vegetariana enquanto consome, de forma moderada, produtos de origem animal. É por esta razão que o seu nome resulta da combinação das palavras 'flexível' e 'vegetariana'.
Ainda assim, quem pratica esta dieta não se pode considerar vegetariano ou vegan. O principal objetivo é consumir mais alimentos de origem vegetal, de origem natural promovendo hábitos alimentares mais saudáveis e equilibrados, respeitando o ambiente e os animais.
Quer iniciar uma dieta vegetariana? Então comece por colocar em prática estes princípios:
- Dê prioridade ao consumo de frutas, verduras, legumes e cereais integrais;
- Lembre-se das proteínas de origem vegetal, adicione ao seu prato leguminosas, frutas oleaginosas (amêndoa, noz, amendoim, caju, entre outros), sementes e pseudocereais como a quinoa, amaranto e trigo sarraceno.
- Seja flexível e incorpore produtos de origem animal ocasionalmente ou consuma apenas durante as festividades ou em épocas especiais aproveitando essa refeição com a família.
- Coma de forma menos processada, opte por produtos mais naturais.
- Limite o consumo de açúcar ou de alimentos com adição de açúcar ou edulcorantes alimentares.
Segundo a nutricionista, se respeitar estes princípios terá benefícios não só a nível cardiovascular, como na sua saúde intestinal e no controlo ou perda de peso corporal. Isto deve-se ao fato do consumo de alimentos processados com adição de sal e/ou de açúcar ser drasticamente reduzido com a prática deste tipo de alimentação e, por outro lado, haver um maior consumo de alimentos naturais ricos em fibras e gorduras saudáveis.
No que diz respeito ao ambiente, a redução do consumo de carne contribui para a preservação dos recursos naturais uma vez que o cultivo de alimentos de origem vegetal requer muitos menos recursos do que a criação de animais para consumo (cerca de 11 vezes menos energia) e para a diminuição das emissões de gases de efeito estufa em cerca de 7%.
Relativamente às deficiências nutricionais, lembre-se que uma dieta flexitariana, tal como o nome indica, oferece flexibilidade para consumir produtos de origem animal ocasionalmente pelo que, se for bem planeada e equilibrada, fornece todos os nutrientes essenciais ao nosso corpo.
Fica aqui uma ideia de um dia a pôr em prática uma dieta flexitariana:
- Pequeno-almoço: Panquecas vegan de banana e aveia
- Lanche da manhã: 1 peça de fruta
- Almoço: Salada fria com camarão, feijão preto, ervilhas e abacate
- Lanche da tarde: Pudim de chia com granola
- Lanche da tarde: 1 peça de fruta
- Jantar: Bolonhesa de lentilhas com espiralizado de cenoura
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