Osteoporose: Vamos promover a qualidade óssea dos idosos (e a nossa)
Artigo de opinião de Andréa Marques – Professora na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, Enfermeira no serviço de Reumatologia do CHUC.
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Lifestyle Artigo de opinião
Portugal é o país da europa com a maior esperança média de vida. Contudo, os nossos avós têm pouca qualidade de vida e autonomia física e cognitiva, e muito se deve ao facto de terem uma má qualidade óssea, que os impossibilita de fazer coisas tão simples como ir dar um passeio.
Os ossos começam-se a formar ainda no útero materno, vão crescendo até formar o esqueleto adulto. O tecido ósseo está em constante transformação, sendo produzido diariamente novo osso, mais forte, e, reabsorvido osso velho, mais frágil. Quando somos jovens, criamos mais rapidamente osso novo do que destruímos osso velho, e a massa óssea aumenta. Contudo, após os 30 anos começamos a perder mais massa óssea do que a que ganhamos, o que pode influenciar que após os 50 anos possa surgir uma doença chamada osteoporose.
A osteoporose é uma doença caracterizada por perda progressiva da densidade mineral óssea com consequente aumento do risco de fraturas causadas por traumatismo mínimo. A importância da osteoporose reside essencialmente nas fraturas de fragilidade e nas suas consequências, que incluem a incapacidade, a dependência de terceiros e até a morte.
Sabemos que a evolução desta epidemia silenciosa (que afeta sobretudo mulheres e idosos – na sua maioria com 'pouca voz social') e as suas consequentes fraturas, representam um elevado fardo social em termos de custos, perda de qualidade de vida e mortalidade.
Todas as pessoas, com mais de 40 anos podem e devem avaliar o seu risco de fratura, a partir de suas casas, através do site https://www.sheffield.ac.uk/FRAX/tool.aspx?lang=pr. Esta é uma ferramenta de fácil utilização e aferida para a população Portuguesa. O valor do risco deve ser interpretado por um profissional de saúde.
Felizmente, estão disponíveis tratamentos preventivos, que podem ajudar a manter ou aumentar a densidade óssea. Esses tratamentos podem ser farmacológicos (cálcio, vitamina D ou anti-osteoporóticos) ou não farmacológicos (dieta rica em cálcio, apanhar sol, realizar exercício físico, prevenir quedas, etc).
No sentido de combater esta epidemia que flagela os nossos avós (mais de 800 mil Portugueses têm osteoporose e ocorrem cerca de 40.000 mil fraturas de fragilidade por ano) toda a população deve aumentar o seu conhecimento sobre esta doença, sensibilizando quem tem menos acesso a informação e conhecimento sobre os estilos de vida saudáveis. Devemos ainda ser proativos na procura de cuidados de saúde e garantir que todos têm acesso aos mesmos, independentemente da idade, status económico ou local onde residem.
A mudança depende de todos nós!
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