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UE/Presidência: Portugal está a trabalhar para "dois êxitos"

O eurodeputado José Manuel Fernandes considerou hoje que a presidência portuguesa do Conselho da União Europeia (UE) está a trabalhar para ter "dois êxitos", tendo já desistido de outros dossiês, como o acordo comercial UE-Mercosul.

UE/Presidência: Portugal está a trabalhar para "dois êxitos"
Notícias ao Minuto

22:02 - 24/03/21 por Lusa

Mundo José Manuel Fernandes

"Portugal vai ter dois êxitos e está a trabalhar neles - o lançamento da conferência sobre o Futuro da Europa (...) e a Cimeira Social no Porto, para a qual há de tudo fazer e arranjar todos os confinamentos para que seja presencial", considerou o eurodeputado do PSD, que intervinha na conferência virtual "Fim de Tarde online sobre a presidência portuguesa da UE", organizada pela Ordem dos Economistas.

José Manuel Fernandes respondia a Paulo Sande, especialista em questões europeias, que o questionou sobre "um marco, uma vitória da presidência portuguesa", lembrando que já se passaram três meses desde que Portugal assumiu a tutela do Conselho da UE.

Em relação aos eventos que estão na agenda da presidência portuguesa, que termina a 30 de junho, Paulo Sande apontou que "não há nada ao mesmo nível daquilo que marcou as anteriores presidências" de Portugal, referindo-se ao Tratado de Maastricht, em 1992, a Estratégia de Lisboa, em 2000, e o Tratado de Lisboa, em 2007.

Para José Manuel Fernandes, a presidência portuguesa está empenhada em avançar com a Cimeira Social, prevista para 07 e 08 de maio, e com a Conferência sobre o Futuro da Europa, que deverá arrancar a 09 de maio, e "há uma desistência" quanto a "outros dossiês" como o acordo UE-Mercosul.

Segundo o eurodeputado, o objetivo manifestado pelo Governo de retomar este acordo comercial "vai derrapar", uma vez que "há muita questão política a entravá-lo", "sob a forma de defesa do ambiente" e questões relacionadas com a política do Brasil.

Para José Manuel Fernandes, esta presidência portuguesa "estava facilmente facilitada", uma vez que a presidência alemã, que a antecedeu, "fez um bom trabalho" nos "grandes dossiês", como as negociações em torno do Quadro Financeiros Plurianual e do Plano de Recuperação e Resiliência, fundos que visam a recuperação europeia da crise provocada pela pandemia de covid-19.

"Agora temos pequenos sucessos normais, os regulamentos setoriais, onde não é preciso unanimidade do Conselho", acrescentou o eurodeputado, lamentando, contudo, que a três meses do final da presidência portuguesa, 14 Estados-membros ainda não tenham ratificado a decisão sobre recursos próprios que permitirão à Comissão Europeia conseguir os 750 mil milhões de euros do mecanismo de recuperação e resiliência.

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