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Clima e guerra na Ucrânia entre as principais preocupações mundiais

As alterações climáticas, a invasão russa da Ucrânia e o aumento do custo de vida são três dos assuntos que mais preocupam a população de 22 países desenvolvidos e em desenvolvimento, segundo um inquérito global hoje divulgado.

Clima e guerra na Ucrânia entre as principais preocupações mundiais
Notícias ao Minuto

06:34 - 07/09/22 por Lusa

Mundo Preocupação

O trabalho elaborado pela Open Society Foundations (OSF), organização criada pelo bilionário norte-americano George Soros, foi divulgado perto do início da Assembleia Geral das Nações Unidas e destaca um "desejo comum de ações globais mais audazes" para lidar com estas questões.

Ao mesmo tempo, a organização mostra também "uma falta de confiança na capacidade da comunidade internacional de trabalhar em conjunto" para a solução destes problemas.

"Os nossos líderes precisam de se atualizar antes que seja tarde demais", salientou o presidente da OSF, citado num comunicado, realçando que "os cidadãos estão muito mais avançados do que os políticos quando se trata de admitir a amplitude de apoio necessário".

As alterações climáticas são, sem dúvida, a principal preocupação dos entrevistados, com 36% dos participantes a colocarem o tema entre os três principais problemas enfrentados pelo mundo.

Em apenas dois países, Arábia Saudita e Egito, a proporção de inquiridos preocupados estava abaixo dos 20%.

Segundo o inquérito, os cidadãos da Colômbia, França, Alemanha, Índia, México, Singapura, Turquia e Estados Unidos mostraram especial preocupação com esta questão e em países como França, Alemanha e Sérvia, o tema está até acima das preocupações económicas, talvez devido à onda de calor que estes países experimentaram e que coincidiu com a celebração do estudo, entre final de julho e início de agosto.

Com a maioria dos cidadãos dessas nações convencidos de que as alterações climáticas já estão a afetar as suas vidas na forma de eventos climáticos extremos, 77% acham que os países ricos deveriam dedicar mais financiamento para cobrir os danos causados por esta crise global.

O trabalho mostra que os cidadãos entrevistados partilham "um amplo acordo sobre algumas questões" relacionadas com a invasão russa da Ucrânia, embora também registem variações importantes "nas regiões em desenvolvimento".

Assim, enquanto em geral 28% das pessoas que participaram no inquérito incluíram a invasão russa da Ucrânia como um dos três principais problemas, foram os países da Europa do leste e do G7, exceto os EUA, os mais preocupados.

Já 45% dos polacos e 39% dos britânicos identificam esta guerra como um dos maiores problemas internacionais, enquanto essa percentagem é de 22% nos EUA, 21% na Índia e Nigéria e cai abaixo de 20% na Colômbia, Egito, México, Arábia Saudita e Turquia.

Os inquiridos também não parecem concordar com as causas da invasão, e enquanto 49% dos sul-africanos, 54% dos nigerianos e 56% dos indianos acreditam que a ação de Moscovo foi justificada, para obter uma maior influência sobre a vizinha Ucrânia, 78% dos britânicos, 53% dos alemães e 58% dos norte-americanos e franceses rejeitaram esta afirmação.

Outro ponto comum destacado pelo estudo é que 62% dos entrevistados concordam que a agressão da Rússia contra a Ucrânia pode terminar numa guerra nuclear, e que 65% consideram a Rússia uma ameaça à segurança global.

A inflação foi outra questão que obteve um consenso significativo, com 49% dos inquiridos preocupados com o custo de vida, sendo Singapura, Reino Unido, França e Sérvia os países onde consideram a inflação um dos três principais desafios que as suas famílias e sociedades enfrentam.

Por outro lado, nos países de baixo ou médio rendimento há também um alto nível de ansiedade perante uma possível escassez de alimentos.

Nesse sentido, o estudo destaca que nos três países latino-americanos inquiridos, Colômbia, México e Brasil, 80% dos inquiridos concordaram com a afirmação: "Muitas vezes preocupo-me se a minha família vai passar fome".

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