Negociadores UE-Mercosul comprometeram-se a esforço para acordo este ano
Negociadores da União Europeia (UE) e dos países do Mercado Comum do Sul (Mercosul) voltaram hoje a reunir-se para discutir o acordo comercial entre os dois blocos, manifestando "maior empenho" para concluir o protocolo até final do ano.
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Mundo Mercosul-UE
Fonte comunitária avançou à agência Lusa que "se realizou hoje uma reunião virtual [por videoconferência] ao nível dos negociadores principais" da UE e do Mercosul.
"Recebemos também hoje um documento do Mercosul que utilizaremos como base para um maior empenho. Durante a reunião de hoje, ambas as partes debateram as próximas etapas com vista a concluir as negociações antes do final do ano, na sequência do compromisso assumido ao nível dos líderes", adiantou a mesma fonte europeia.
A posição surge na véspera de a cidade espanhola de Santiago de Compostela acolher, no âmbito da presidência de Espanha da UE, a reunião informal dos ministros europeus das Finanças, aos quais se juntam na sexta-feira responsáveis da América Latina e Caraíbas, para discutir uma cooperação reforçada entre os dois blocos e financiamento comunitário a projetos latino-americanos.
Não se prevê que o acordo UE-Mercosul seja abordado neste encontro, mas certo é que ambos os blocos querem a sua conclusão ainda em 2023.
Na quarta-feira, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse precisamente esperar um protocolo comercial com os países do Mercosul até final do ano.
Intervindo no seu discurso sobre o Estado da União em 2023, na sessão plenária do Parlamento Europeu, na cidade francesa de Estrasburgo, a líder do executivo comunitário a responsável defendeu a aposta num "comércio aberto e justo".
"Até agora, concluímos novos acordos de comércio livre com o Chile, a Nova Zelândia e o Quénia e o nosso objetivo é concluir acordos com a Austrália, o México e o Mercosul até ao final do corrente ano e, pouco depois, com a Índia e a Indonésia", revelou, defendendo que o "comércio inteligente gera bons empregos e prosperidade".
Durante a cimeira da União Europeia com a América Latina, realizada em Bruxelas em meados de julho, o Presidente brasileiro também afirmou que, após vários anos em que os blocos regionais "estavam afastados", desta vez será diferente.
"Estou muito otimista e, pela primeira vez, eu estou otimista de que vamos concluir esse acordo ainda este ano", vincou Lula da Silva, defendendo porém um protocolo "baseado na confiança mútua" e não "em ameaças" que sejam "desculpa para o protecionismo".
O Brasil detém de momento a presidência rotativo do Mercosul.
Negociadores da UE e do Mercosul estão então a ultimar as discussões para concluir este acordo comercial, que teve aval há cinco anos, mas que tem vindo a ser contestado dentro do bloco comunitário por razões concorrenciais e ambientais.
O acordo UE-Mercosul abrange os 27 Estados-membros da UE mais Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, o equivalente a 25% da economia global e 780 milhões de pessoas, quase 10% da população mundial.
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