É uma nave? É um pássaro? São perus a cair 'do céu' no Alasca
Através do projeto The Alaska Turkey Bomb, Esther Keim sobrevoa zonas no Alasca para entregar perus para o jantar de Ação de Graças a quem não pode ir até ao supermercado mais próximo.
© Instagram/alaskagearcompany
Mundo Alasca
No Alasca ninguém fica esquecido e prova disso é que, mesmo nesta altura mais complicada, o peru para a noite de Ação de Graças está assegurado.
Os habitantes das zonas mais remotas da localidade, pelo terceiro ano consecutivo, receberam uma entrega 'dos céus' para compor a mesa por estes dias.
Esther Keim sobrevoa zonas rurais do centro-sul do Alasca e dedica-se a entregar perus congelados a quem não pode deslocar-se até ao supermercado, através do projeto The Alaska Turkey Bomb.
Apenas cerca de 20% do Alasca é acessível por estrada e, durante o inverno, quem vive em zonas remotas depende de pequenos aviões ou motos de neve para percorrer qualquer distância.
Um amigo da família de Esther, enquanto esta crescia numa zona rural da localidade, era o responsável por mandar perus a quem precisava e, em certas alturas, lançava ainda jornais que continham, por vezes, um pacote de pastilhas elásticas no interior para a pequena Esther.
A residir atualmente numa zona mais urbana do Alasca, Esther decidiu, há alguns anos, usar um pequeno avião que reconstruiu com o seu pai e dar início à missão de entrega de perus depois de ter conhecimento de uma família que vivia numa região próxima, mas que tinha pouco para o jantar do dia de Ação de Graças.
"Eles disseram-me que um esquilo para o jantar não se dividia muito entre três pessoas. Foi nesse momento que eu pensei … 'Eu vou lançar-lhes um peru pelo ar'".
O esforço de Esther tem aumentado e, este ano, entrega 32 perus congelados a pessoas que vivem em cabanas onde não há estradas. Uma missão que, até ao momento, ainda não foi totalmente concluída - falta a entrega de dois perus que foi atrasada devido ao clima imprevisível do Alasca.
Dave e Christine Luce são dois dos beneficiários deste gesto e, citados pela agência APNews, revelam que, no inverno, precisam de fazer uma viagem de cerca de 90 minutos numa mota de neve para chegar à cidade mais próxima, uma rotina que têm uma vez por mês.
"Já tenho 80 anos, por isso fazemos cada vez menos viagens. A aventura de certa forma acabou", revelou Dave.
Esther Keim entrega cerca de 30 a 40 perus anualmente e compra, normalmente, 20 perus de cada vez com a ajuda de donativos.
"Felizmente está frio no Alasca, portanto não tenho que me preocupar com congeladores", revela.
Esther contacta com as famílias através das redes sociais para combinar as entregas. "Não lançamos o peru até os virmos a sair da cabana, porque se eles não o virem a cair não vão saber onde procurar. Pode ser especialmente difícil encontrar o peru se houver neve profunda. Uma vez, um peru ficou desaparecido durante cinco dias antes de ser encontrado, mas a única casualidade até agora foi um presunto perdido", confessa Esther.
A sua recompensa são as respostas que recebe por parte das famílias beneficiadas. Algumas chegam a gravar o lançamento dos perus e enviam-lhe os vídeos e mensagens de apreciação pelo gesto.
No futuro, Esther espera criar uma organização sem fins lucrativos para solicitar mais donativos e conseguir chegar a mais pessoas. E a entrega não tem de se cingir apenas a perus.
"Há tantas crianças em aldeias. Seria fixe conseguir, talvez, adicionar um animal de peluche ou algo que consigam segurar", afirma.
Veja o vídeo da entrega na galeria.
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