Presidente da Moldova pede ao Ocidente que mantenha apoio a Kyiv
A Presidente moldava, Maia Sandu, reafirmou hoje em Lisboa o apelo para que o Ocidente mantenha o apoio à Ucrânia, salientando que os soldados ucranianos também estão a defender a Moldova.
© Lusa
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"Ajudando a Ucrânia, estão a ajudar a Moldova", disse Sandu durante uma conferência de imprensa conjunta com o homólogo português, Marcelo Rebelo de Sousa, após um encontro no Palácio de Belém.
Segundo Sandu, "a Moldova está hoje em segurança graças à resiliência dos soldados ucranianos, do povo ucraniano".
Maia Sandu iniciou hoje uma visita de dois dias a Portugal, a primeira de um Presidente da República da Moldova, nascida com a dissolução da União Soviética, em 1991.
O pequeno país de cerca de 2,5 milhões de habitantes, situado entre a Roménia e a Ucrânia, encontra-se muito próximo de uma das frentes (sul) da guerra iniciada pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.
A Rússia tem um contingente de 1.500 soldados na Transnístria, uma região separatista no leste da Moldava, fronteiriça à Ucrânia.
Maia Sandu e outros dirigentes da Moldova, um país candidato à União Europeia (UE), têm insistido nos apelos para que os aliados ocidentais mantenham o apoio à Ucrânia.
Os Estados Unidos, o maior contribuinte da ajuda a Kyiv, tem em vigor uma lei orçamental de emergência desde domingo que deixou de fora o apoio à Ucrânia.
A lei é válida por 45 dias e foi aprovada para evitar a paralisação da administração norte-americana.
Também no domingo, a Eslováquia elegeu um novo primeiro-ministro, Robert Fico, que se opõe ao financiamento à Ucrânia e que poderá juntar-se ao líder húngaro, Vitkor Orbán, na pressão contra Kyiv no seio da UE.
"Por favor, continuem a apoiar a Ucrânia", insistiu Sandu após o encontro com Marcelo Rebelo de Sousa.
Sandu agradeceu o apoio de Portugal à adesão da Moldova à UE, reafirmado por Marcelo Rebelo de Sousa, e considerou que a entrada do país no bloco será "também uma vitória para a Europa".
"Num mundo em que a Rússia ameaça a vizinhança com a força militar ou com uma guerra híbrida, o alargamento [da UE] é um investimento na segurança coletiva", afirmou.
Sandu disse esperar que o Conselho Europeu de dezembro aprove o início das negociações com a Moldova, que recebeu o estatuto de candidato em junho de 2022, três meses depois de ter formalizado o pedido de adesão.
"Seria uma mensagem de que a democracia, a melhoria económica e a paz prevalecerão sobre o regime autoritário, a intimidação e as ameaças", afirmou, aludindo à Rússia.
Sandu considerou que uma Moldava "estável, forte e democrática" contribuirá para reforçar a segurança na região.
"Não se trata apenas da Moldova. (...) Trata-se de uma visão partilhada de um continente europeu mais estável, seguro e próspero", disse.
Referiu que a Moldova tem estado a trabalhar para responder aos compromissos inerentes à adesão e destacou a reforma da justiça e o combate à corrupção.
"Penso que fizemos bons progressos", afirmou.
Sandu mostrou-se confiante de que a Comissão Europeia "apresentará um relatório positivo" no final de outubro, que "conduzirá a uma decisão positiva" do Conselho Europeu.
"Comprometemo-nos publicamente a estar prontos para a integração na UE até 2030 e trabalhamos arduamente para cumprir esse compromisso", assegurou.
Maia Sandu apelou ainda para que mais empresas portuguesas se juntem às 20 já instaladas na Moldova, sobretudo nos setores do vinho e das energias renováveis.
"Isso irá beneficiar o crescimento económico dos dois países", acrescentou.
[Notícia atualizada às 16h14]
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