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Rússia pede cooperação para apurar causas da explosão no Nord Stream

A Rússia pediu hoje a cooperação da comunidade internacional para descobrir as "verdadeiras circunstâncias" das explosões ocorridas em 2022 nos gasodutos Nord Stream, acusando o Ocidente de "atrasar investigações" e de tentar fazer com que o assunto seja esquecido.

Rússia pede cooperação para apurar causas da explosão no Nord Stream
Notícias ao Minuto

18:47 - 26/04/24 por Lusa

Mundo Nord Stream

Numa reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) convocada por Moscovo para abordar as explosões nos gasodutos russos Nord Stream 1 e 2, no Mar Báltico, o representante permanente russo, Vasily Nebenzya, acusou os "colegas ocidentais" de tentarem fazer tudo para que a comunidade internacional "se esqueça deste ataque terrorista".

"Seja como for, gostaríamos de enfatizar mais uma vez: a Federação Russa e outros Estados de mentalidade construtiva não permitirão que este tema seja abandonado", assegurou Nebenzya.

"Dado que a Dinamarca e a Suécia já admitiram formalmente a sua própria impotência, e a Alemanha não conta a ninguém sobre o progresso da investigação - se é que está a ser conduzida -, então já deveria ser óbvio para todos que as verdadeiras circunstâncias do que aconteceu só podem ser estabelecida através da cooperação da comunidade internacional", acrescentou.

Em fevereiro deste ano, as autoridades dinamarquesas e suecas anunciaram o encerramento das respetivas investigações, alegando falta de base legal para abrir um processo criminal e falta de jurisdição, respetivamente, sem apontar responsáveis para aquela que concluíram ter sido uma "sabotagem deliberada" das infraestruturas.

Nebenzya criticou hoje a falta de um desfecho e de justiça, apesar das constatações de que os gasodutos foram deliberadamente destruídos por dispositivos explosivos.

"Ou seja, existe um crime, mas ninguém vai identificar os autores e levá-los à justiça. É como se durante uma investigação de homicídio, um ano depois, a investigação chegasse à conclusão de que a vítima foi morta. Um cenário que mais parece uma peça de teatro absurda", avaliou.

"Quero assegurar-vos que, por mais que os perpetradores tentem, não escaparão à resposta. O nosso país continuará a utilizar todas as ferramentas à disposição para estes fins. Apelamos a todos os Estados sensatos que não tenham qualquer ligação com o ataque terrorista contra o Nord Stream a apoiarem estes esforços", exortou.

Durante a reunião, o secretário-geral adjunto da ONU para a Europa, Ásia Central e Américas, Miroslav Jenca, reforçou que as Nações Unidas não têm qualquer detalhe adicional sobre os acontecimentos em questão e "não estão em condições de verificar ou confirmar reivindicações ou relatórios feitos" sobre o incidente.

Apesar de vários Estados-membros rejeitarem especulações antes da conclusão de todas as investigações em curso, também instaram a Alemanha a divulgar imediatamente ao Conselho de Segurança os resultados da sua investigação assim que estiver concluída.

Já países como Reino Unido ou Estados Unidos criticaram a Rússia por consistentemente convocar reuniões do Conselho de Segurança sobre esta questão, ao mesmo tempo que continua a visar deliberada e sistematicamente infraestruturas críticas da Ucrânia nos seus ataques.

As explosões nos gasodutos Nord Stream, que não estavam em funcionamento na altura do incidente, ocorreram em 26 de setembro de 2022 e provocaram duas fugas em cada um deles: duas na zona dinamarquesa e duas na zona sueca, todas em águas internacionais.

No ano passado, o Conselho de Segurança rejeitou uma proposta russa de iniciar uma investigação internacional às explosões, com a maioria dos membros a defender a continuidade das investigações conduzidas pela Alemanha, Dinamarca e Suécia.

Embora a Rússia tenha insistido que se tratou de uma sabotagem de países "anglo-saxónicos", a comunidade internacional cerrou fileiras sobre o assunto e acusou o Kremlin (presidência russa) de ter realizado um ataque de "falsa bandeira" (encenar um ataque e atribuir culpas a terceiros).

Leia Também: Nord Stream? "Se Ocidente não concluir uma investigação, há outra aqui"

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