EUA aconselham Ucrânia a baixar idade de recrutamento: "Mais mão de obra"
O objetivo é reforçar as fileiras de combate e travar os avanços da Rússia.
© Yulia Morozova/Reuters
Mundo Guerra na Ucrânia
Os Estados Unidos aconselharam, esta quarta-feira, a Ucrânia a considerar reduzir a idade de recrutamento para 18 anos, pressionando Kyiv a reforçar as forças de combate na guerra que trava com a Rússia.
Um alto responsável da presidência norte-americana afirmou à agência de notícias Associated Press (AP), sob anonimato, que a Ucrânia não está a mobilizar nem a treinar novos soldados suficientes para fazer face ao conflito.
"A necessidade neste momento é de mão de obra. Os russos estão, de facto, a fazer progressos, progressos constantes, no leste e estão a começar a empurrar para trás as linhas ucranianas em Kursk. A mobilização e mais mão de obra podem fazer uma diferença significativa neste momento, enquanto olhamos para o campo de batalha de hoje", afirmou o alto funcionário do governo norte-americano, citado pela agência noticiosa.
Em outubro, a Ucrânia recusou baixar a idade de recrutamento por razões demográficas. Apesar da necessidade do país de recrutar mais militares, a ideia não avançou por não encontrar apoio suficiente no país invadido pela Rússia.
Numa entrevista na altura, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, sublinhou que não existiam quaisquer planos nesse sentido e que isso até "seria perigoso".
Os soldados ucranianos ganham entre 500 euros e menos de 3.000 euros por mês, enquanto os novos recrutas na Rússia recebem até 28.000 euros só por assinarem um contrato.
A Casa Branca já concedeu mais de 56 mil milhões de dólares (53 mil milhões de euros) em ajuda à segurança da Ucrânia desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022, e pretende enviar mais milhares de milhões para Kyiv antes de o Presidente em exercício, Joe Biden, deixar o cargo, em janeiro próximo.
Mas, com o tempo a esgotar-se, a Casa Branca de Biden está também a certificar-se de que a Ucrânia tem o armamento de que precisa e tem, agora, de aumentar drasticamente os seus efetivos, se quiser continuar a repelir a Rússia.
A mesma fonte indicou que os ucranianos acreditam precisar de cerca de mais 160.000 soldados, mas o governo norte-americano crê que provavelmente precisarão de mais que isso.
Alguns ucranianos expressaram a preocupação de que reduzir mais ainda a idade mínima de alistamento e assim afastar mais jovens adultos da força de trabalho possa produzir o efeito contrário, prejudicando ainda mais a economia do país, devastada pela guerra.
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