ONG alemã alerta para novos cortes no financiamento da luta contra a fome
A ONG alemã Welthungerhilfe (Ajuda Mundial contra a Fome) advertiu hoje contra novos cortes no financiamento da luta contra a fome e a pobreza, e chamou a atenção em particular para a catástrofe no Sudão.
© Reuters
Mundo Fome
O presidente da Welthungerhilfe, Marlehn Thieme, sublinhou, por ocasião da apresentação do relatório anual da organização, que a cooperação para o desenvolvimento não só tornou possível uma vida melhor para milhões de pessoas, como também é um garante de estabilidade e segurança.
Thieme aludiu ao atual projeto de orçamento do Governo alemão, que "envia o sinal errado às pessoas que, apesar de todas as probabilidades, não desistem e querem fazer a diferença para as suas famílias e comunidades".
Numa declaração divulgada pela ONG, Thieme deu o exemplo dos programas de formação para os jovens, salientando que estes oferecem perspetivas de obtenção do seu próprio rendimento, e sublinhou que as raparigas e as mulheres, em particular, beneficiam destas novas oportunidades.
"Os cortes previstos põem em causa programas bem-sucedidos de combate à fome que o Governo alemão tem apoiado até à data, o que reconhecemos expressamente", acrescentou.
Ao mesmo tempo, a ONG chamou a atenção para a situação humanitária catastrófica no Sudão, onde se regista a maior crise de fome do mundo após 15 meses de guerra.
"Perante as numerosas situações de emergência em todo o mundo, o destino das pessoas no Sudão corre o risco de ser esquecido. Precisamos urgentemente de mais pressão política sobre as partes beligerantes e os seus apoiantes para pôr fim aos combates e permitir o livre acesso às pessoas que sofrem de fome", exigiu, por seu lado, Mathias Mogge, diretor executivo da Welthungerhilfe.
Em 2023, a ONG angariou 87,7 milhões de euros em donativos e 266,5 milhões de euros em subsídios institucionais e atribuiu um total de 323,2 milhões de euros diretamente a 630 projetos no estrangeiro, beneficiando cerca de 16,4 milhões de pessoas em 36 países.
Tal como no ano anterior, os projetos mais financiados foram o Sudão do Sul, a Ucrânia, a Síria e a Turquia.
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