O ex-presidente da Rússia e atual vice-presidente do Conselho de Segurança do país, Dmitry Medvedev, considerou, esta sexta-feira, que o facto de o parlamento ucraniano ter adotado um projeto de lei que prevê a proibição da Igreja Ortodoxa ligada ao Patriarcado de Moscovo é "um ato de satanismo apoiado pelo Ocidente" e afirmou que o "país será destruído como Sodoma e Gomorra".
"Esta história não será em vão. O país será destruído como Sodoma e Gomorra, e os demónios cairão inevitavelmente", disse na plataforma Telegram, referindo-se a duas cidades que, segundo a Bíblia, foram destruídas por Deus com fogo e enxofre devido aos pecados dos seus habitantes.
"A vingança não os cobrirá num futuro distante, após a passagem para o outro mundo. Pelo contrário, o castigo será cruel, doloroso e chegará em breve", acrescentou.
Medvedev afirmou ainda que "as ações da Ucrânia contra a Igreja Ortodoxa Ucraniana são um verdadeiro satanismo, que o Ocidente apoia ativamente para prejudicar a Rússia".
"Já não se trata da atividade de hereges individuais e dos seus seguidores, como nos tempos de Ário, de Apolinário de Laodicéia ou do bispo constantinopolitano Macedónio. Trata-se de um satanismo de pleno direito, professado pela 'criatura cocaína' e seus demónios. E que é ativamente apoiado 'pelo Ocidente civilizado' para infligir o máximo de danos à Rússia e aos seus cidadãos", sustentou.
Para Medvedev, a "história ignóbil" dos "cães neonazis", que decidiram "proibir completamente a Igreja Ortodoxa do Patriarcado de Moscovo", começou com o ex-presidente ucraniano Petro Poroshenko, que, em 2018, decidiu criar uma Igreja Ortodoxa ucraniana independente de Moscovo.
Sublinhe-se que a Igreja visada pela decisão do parlamento ucraniano foi em tempos a mais popular na Ucrânia, um país com uma grande maioria ortodoxa, mas que perdeu muitos seguidores nos últimos anos, à medida que o sentimento nacional ucraniano ganhou popularidade face à antiga potência, a Rússia.
Este processo acelerou-se com a criação, em 2018, de uma Igreja Ortodoxa ucraniana independente de Moscovo, e, ainda mais, após o início, em fevereiro de 2022, da invasão russa da Ucrânia, abertamente apoiada pelo Patriarcado de Moscovo.
O parlamento ucraniano adotou hoje um projeto de lei que prevê a proibição da Igreja Ortodoxa ligada ao Patriarcado de Moscovo, considerada sob influência do Kremlin (presidência russa).
Lusa | 13:35 - 20/08/2024
Segundo uma sondagem realizada em 2023 pelo Instituto Internacional de Sociologia de Kyiv, 66% dos ucranianos eram a favor da proibição da Igreja ligada a Moscovo.
Além disso, 54% dos ucranianos identificaram-se com a Igreja independente e apenas 4% com aquela que responde perante o Patriarcado russo, de acordo com um estudo de opinião realizado pela mesma organização em 2022, em comparação, respetivamente, com 42% e 18% no ano anterior.
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