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Polícia queniana usou força excessiva para combater protestos juvenis

A polícia queniana utilizou armas, gás lacrimogéneo, canhões de água e bastões de forma ilegal para conter os protestos pacíficos de jovens em junho, declararam hoje seis Organizações Não-Governamentais (ONG).

Polícia queniana usou força excessiva para combater protestos juvenis
Notícias ao Minuto

18:41 - 25/09/24 por Lusa

Mundo ONG

Pelo menos seis pessoas foram mortas pela polícia em 25 de junho - data da tentativa de invasão do parlamento queniano -, centenas ficaram feridas e 13 foram dadas como desaparecidas, concluíram as ONG depois de analisarem mais de 45 vídeos e 100 fotografias tiradas nesse dia no centro de Nairobi, onde milhares de manifestantes protestavam contra um controverso projeto de lei de aumento de impostos.

 

A invasão do parlamento foi o dia mais tumultuoso dos protestos, que começaram em 18 de junho, promovidos nas redes sociais por jovens, e que se prolongaram até agosto, embora com menos participação e tornando-se antigovernamentais depois de o Presidente queniano, William Ruto, se ter recusado a assinar a lei.

Entre junho e agosto, pelo menos 61 pessoas foram mortas em "execuções extrajudiciais" em todo o Quénia, disse hoje a diretora executiva da Unidade Médico-Legal Independente (IMLU), Grace Wangechi, numa conferência de imprensa em Nairobi.

Além disso, durante os meses de protestos, centenas de pessoas ficaram feridas e 72 foram vítimas de desaparecimentos forçados, das quais 27 continuam desaparecidas.

"O direito de protestar no Quénia está protegido pela Constituição. É inaceitável que, em vez de facilitar e proteger os manifestantes, a polícia tenha recorrido ao uso de força letal", disse o diretor executivo da Amnistia Internacional no Quénia, Irungu Houghton.

De acordo com as imagens analisadas pelas seis organizações de direitos humanos, bem como com os depoimentos de 23 testemunhas, a polícia usou "força desnecessária e desproporcionada contra os manifestantes" no dia 25 de junho.

Alguns agentes à paisana e armados "colaboraram com a polícia e deslocaram-se em veículos não identificados", e a maioria deles não exibiu os números dos seus distintivos, como exigido por lei, segundo a AI, a IMLU, a 'Law Society of Kenya' (LSK), a 'Defenders Coalition', 'Article 19', e a 'Physicians for Kenya'.

"Com exceção de incidentes isolados em que alguns manifestantes atiraram pedras ou gás lacrimogéneo contra a polícia, o protesto [de 25 de junho] foi pacífico", afirmaram.

No entanto, os agentes acabaram por disparar "granadas e botijas de gás lacrimogéneo diretamente contra os manifestantes", lamentaram.

De acordo com as ONG, "a brutalidade policial continuou ao longo do dia nas imediações do parlamento", sendo que, quando os manifestantes entraram no recinto, "homens em trajes civis responderam disparando" com "espingardas e pistolas".

"Os investigadores contaram pelo menos 45 disparos em 56 segundos", referiram as organizações, que lamentam que não tenham sido tomadas medidas preventivas, uma vez que o protesto tinha sido anunciado com dias de antecedência.

Além disso, em 25 de junho, a polícia disparou bombas de gás lacrimogéneo contra pelo menos três postos médicos que tratavam de manifestantes feridos.

Um médico vestido e identificado como tal foi atingido no peito por um projétil e outro foi detido e posteriormente libertado. 

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