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Mais de 100 detidos em operação da Interpol contra a máfia de 'Ndrangheta

A Interpol anunciou hoje a detenção de mais de 100 membros da 'Ndrangheta, a máfia mais poderosa de Itália, no âmbito do projeto 'I-CAN', que visa desmantelar redes criminosas a nível internacional.

Mais de 100 detidos em operação da Interpol contra a máfia de 'Ndrangheta
Notícias ao Minuto

23:25 - 07/11/24 por Lusa

Mundo Interpol

Desde o lançamento do projeto em 2020, a operação contou com a colaboração da Guardia di Finanza italiana e de autoridades de vários países, sendo que as detenções mais recentes, as número 100 e 101, ocorreram em outubro na Alemanha e em Itália.

 

Na Alemanha, a polícia invadiu três casas, e apreendeu várias informações guardadas na nuvem, dinheiro, relógios de luxo e joias. As autoridades italianas detiveram dois suspeitos, confiscando bens e veículos e congelando contas bancárias. 

Um dos detidos, um empresário da Calábria, foi detido em Bolonha, enquanto outro suspeito foi detido em Formia (sul de Itália), segundo o comunicado.

"A 'Ndrangheta é um flagelo global e representa uma ameaça sem precedentes. No entanto, o sucesso do projeto I-CAN deixa claro que, com a cooperação internacional, nem as máfias mais poderosas estão fora do alcance da justiça", afirmou o secretário-geral da Interpol, o alemão Jürgen Stock.

O brigadeiro-general Giampiero Ianni, da Guardia di Finanza italiana, destacou que as 101 detenções já realizadas no âmbito do projeto mostram que "não há fuga" para os membros da 'Ndrangheta.

A 'Ndrangheta  surgiu na Calábria, sul de Itália, e expandiu a sua influência para mais de 40 países, consolidando-se como uma das organizações criminosas mais poderosas do mundo. 

Financiado pelo Departamento Italiano de Segurança Pública, o projeto I-CAN visa sensibilizar e partilhar informações policiais para desmantelar as suas redes e capturar os fugitivos.

Entretanto, a Interpol realizou esta semana a 92.ª Assembleia Geral em Glasgow, marcada pela presença de mais de mil delegados, incluindo 65 chefes de polícia de 179 países. 

Durante a cerimónia de encerramento, o duque de Edimburgo, Príncipe Eduardo, agradeceu às forças policiais pelo trabalho árduo.

O brasileiro Valdecy Urquiza assumiu o cargo de secretário-geral da Interpol ao final da assembleia, sucedendo Jürgen Stock.  

O presidente da organização, Ahmed Nasser Al Raisi, destacou as principais decisões tomadas na Assembleia Geral, afirmando que "são passos importantes para tornar a Interpol uma organização mais forte, capaz de apoiar as agências de aplicação da lei em todo o mundo".

Por sua vez, o secretário de Estado da Segurança do Reino Unido, Dan Jarvis, sublinhou a necessidade de cooperação internacional, apontando que "os criminosos não respeitam fronteiras; os governos devem trabalhar em conjunto para combater o crime e o terrorismo".

Entre as resoluções aprovadas estão medidas para enfrentar o crime organizado e melhorar ao troca de dados biométricos, bem como um acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) para combater ameaças globais à saúde. 

A próxima assembleia geral será realizada em 2025 em Marrakech, Marrocos.

Leia Também: Interpol detém 2.500 pessoas e resgata 3.000 na maior operação contra tráfico humano

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