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Oitenta por cento das tendas para refugiados em Gaza estão inutilizáveis

Mais de 80 por cento das tendas destinadas aos deslocados na Faixa de Gaza ficaram inutilizadas, indicou o Governo do movimento islamita Hamas, que apelou à substituição urgente dos abrigos, quando se aproxima o inverno.

Oitenta por cento das tendas para refugiados em Gaza estão inutilizáveis
Notícias ao Minuto

25/11/24 17:08 ‧ Há 2 Horas por Lusa

Mundo Médio Oriente

Segundo as autoridades no poder em Gaza, 110.000 das 135.000 tendas foram danificadas e desgastadas pelo mau tempo e pela passagem dos meses.

 

"É necessário mudá-las e substituí-las imediatamente e com urgência, pois estão completamente gastas devido à chegada do mau tempo e da estação do inverno, e as ondas do mar arrastaram milhares de tendas", informou hoje um comunicado das equipas de avaliação do Governo.

Cerca de 10.000 tendas, feitas de tecido e 'nylon', foram arrastadas ou gravemente danificadas nos últimos dias, segundo a mesma fonte, dificultando a sobrevivência das pessoas forçadas a refugiarem-se nas mesmas.

Na Faixa de Gaza, para além do campo de deslocados na zona costeira de Al Mawasi (sul) - sem água corrente, sem eletricidade e com falta de latrinas - existem 543 outros centros de abrigo para uma população deslocada de cerca de dois milhões de pessoas, quase a totalidade da população do enclave palestiniano, cujas casas e bairros residenciais foram destruídos.

"As inundações estão a afetar estas áreas", afirmou hoje o grupo de socorro da Defesa Civil de Gaza num comunicado, condenando o "bloqueio total do trabalho das organizações de ajuda e das instituições internacionais" por Israel.

Prevê-se também que as temperaturas desçam ainda mais nos próximos dois dias, com mais chuva e uma manhã gelada na quarta-feira.

"Reiteramos o nosso apelo urgente de ajuda humanitária à comunidade internacional, aos países do mundo e a todas as organizações internacionais para salvar centenas de milhares de pessoas deslocadas na Faixa de Gaza, antes que seja tarde demais", acrescentou o grupo.

A "zona segura" de Al Mawasi - para a qual o Exército israelita dirigiu os quase dois milhões de deslocados de Gaza, que ali estão amontoados em tendas em condições humanitárias precárias - tem sido ainda objeto de numerosos ataques por parte das forças armadas sob o pretexto de que existem milicianos do Hamas e armas aí escondidos, como também aconteceu em hospitais e escolas.

No final de setembro, a organização não-governamental (ONG) Conselho Norueguês para os Refugiados (NRC) afirmou que, com a ajuda que Israel permite atualmente entrar em Gaza, as agências humanitárias demorariam "mais de dois anos" a entregar os 'kits' necessários a sul de Wadi Gaza e a montar tendas adequadas para o inverno.

De acordo com a ONU, pelo menos 1,3 milhões de habitantes de Gaza precisam de "'kits' de isolamento" - que consistem em duas lonas, folhas de plástico, corda e fita adesiva - para as tendas em que famílias inteiras estão abrigadas.

A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada por um ataque do grupo islamita palestiniano Hamas no sul de Israel a 07 de outubro de 2023, que deixou cerca de 1.200 mortos, na maioria civis, e levou perto de 250 reféns.

Em resposta, Israel lançou uma ofensiva militar em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 44 mil mortos, igualmente na maioria civis, de acordo com as autoridades locais governadas pelo Hamas desde 2007, e um desastre humanitário.

De acordo com um relatório divulgado pelo Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU (OCHA), entre 100.000 e 130.000 pessoas foram deslocadas desde 06 de outubro deste ano, o que aumentou a população deslocada na zona da cidade de Gaza de 250.000 para 375.000.

Leia Também: Papa critica "arrogância do invasor" na Ucrânia e na Palestina

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