Exército libanês começa a reforçar presença no sul do país
O Exército libanês anunciou hoje o reforço do seu destacamento no sul do Líbano, em coordenação com a missão de paz da ONU (FINUL), horas depois de ter entrado em vigor o cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah.
© Marwan Naamani/picture alliance via Getty Images
Mundo Médio Oriente
Em comunicado, as Forças Armadas libanesas indicaram que começaram a "reforçar o seu destacamento" no sul e a "expandir a autoridade do Estado" em coordenação com as forças da FINUL (a Força Interina das Nações Unidas no Líbano), afirmando ao mesmo tempo que os seus militares "estão a deslocar-se de várias áreas para o setor sul do Rio Litani".
Esta medida insere-se no "compromisso do Governo libanês de implementar a resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU", que em 2006 pôs fim à guerra entre o grupo xiita libanês Hezbollah e Israel.
Neste sentido, as forças libanesas reafirmaram que a resolução será aplicada "com todas as suas disposições e obrigações relacionadas, especialmente no que diz respeito à melhoria do destacamento do Exército e de todas as forças de segurança na zona sul de Litani", onde os militares "serão estacionados em locais designados", que não especificaram.
Em outra comunicação posterior, o Exército reiterou às pessoas deslocadas que regressavam às aldeias e cidades fronteiriças com Israel - especialmente nas regiões de Tiro, Bint Jbeil e Markhayoune - que "respondam às diretivas das unidades militares" e que "não se aproximem de áreas onde as forças inimigas israelitas estão presentes".
A instituição militar fez este apelo "para proteger a segurança" dos deslocados, "tanto mais que podem estar expostos ao fogo das forças inimigas".
O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, exigiu hoje, num discurso televisivo, a retirada das tropas israelitas do sul do Líbano, uma operação que segundo o acordo de cessar-fogo que entrou em vigor na passada madrugada tem de ser realizada no prazo de 60 dias e será supervisionada pelos Estados Unidos e pela França.
Ao abrigo deste entendimento, os membros do Hezbollah devem retirar-se para norte do rio Litani e os Estados Unidos e a França trabalharão para ter até 10.000 soldados libaneses destacados para o sul do país "o mais rapidamente possível", onde já se encontra um efetivo da FINUL com aproximadamente a mesma dimensão.
Após quase um ano de trocas de tiros ao longo das regiões transfronteiriças entre os dois países desde 08 de outubro de 2023, um dia depois de o grupo islamita palestiniano Hamas ter atacado o sul de Israel, as forças israelitas deslocaram em setembro passado o foco das suas operações da Faixa de Gaza para o Líbano.
Segundo o Ministério da Saúde Publica libanês, mais de 3,7 mil pessoas morreram no país desde outubro de 2023, a maioria nos últimos dois meses, e acima de 1,2 milhões de habitantes estão deslocados.
Do lado israelita, 82 militares e 47 civis foram mortos em quase 14 meses de hostilidades.
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