Suécia exige mais mulheres nas administrações das empresas privadas
A Suécia exige às administrações das empresas privadas que integrem mais mulheres e, se estas não chegarem aos 40% até ao final do ano, admite impor quotas, anunciou hoje uma ex-ministra sueca, em Lisboa.
© Reuters
Mundo Seminário
Em declarações à agência Lusa, à margem de um seminário sobre igualdade entre mulheres e homens promovido pela Plataforma Portuguesa para os Direitos das Mulheres, Margareta Winberg, anterior vice-primeira-ministra da Suécia, explicou que o país nórdico teve "bons resultados" na política, "com cerca de 48% de mulheres em todos os níveis", mas, no setor económico, o desempenho "não foi tão bom".
Por isso, adiantou Margareta Winberg, o Governo sueco anunciou, hoje, que admite introduzir um sistema de quotas nas administrações das empresas privadas se, no próximo ano, a representação feminina não chegar aos 40%.
A ex-ministra para a Igualdade de Género recordou que esta ideia não é recente e que, à semelhança de alturas anteriores, se espera uma reação negativa do setor privado.
"Tiveram muitos anos para mudar" e não o fizeram, contrapõe Margareta Winberg, que acredita que a igualdade de género não existe "porque algumas pessoas não querem".
O atual Governo sueco declarou-se "feminista", uma estreia a nível mundial. "É uma questão de direitos humanos, homens e mulheres devem ter os mesmos direitos, as mesmas oportunidades e possibilidades, as mesmas responsabilidades", justifica.
De qualquer forma, quando o Governo se intitulou "feminista", as pessoas ficaram "atónitas", perguntando o que isso queria dizer, "porque tinham medo da palavra". Mas, hoje, "sabem que não é uma palavra perigosa" e "há cada vez mais pessoas, incluindo homens, a reivindicarem-se feministas", conta Margareta Winberg.
Um Governo feminista -- diz a atual presidente da região de Jämtland Härjedalen -- implica "uma mudança", aplicar "o feminismo em todo o lado, em todas as decisões, em todas as áreas".
No caso sueco, o Governo está a dar ênfase às esferas do poder e da influência, sobretudo na esfera económica.
A "agenda feminista" sueca já teve os seus casos nas relações externas, nomeadamente quando a chefe da diplomacia de Estocolmo, Margot Wallström, disse o que pensava sobre o tratamento das mulheres na Arábia Saudita.
"Ela disse-o e não retirou o que disse", sublinhou Margareta Winberg, reconhecendo que "não é fácil" ser-se um Governo feminista.
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