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Polícias em protesto criticam Costa. 90% das promessas ficam por cumprir

A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) fala em 90% das promessas, em matéria de segurança, por cumprir.

Polícias em protesto criticam Costa. 90% das promessas ficam por cumprir
Notícias ao Minuto

13:59 - 30/09/19 por Filipa Matias Pereira com Lusa

País ASPP/PSP

Elementos da Polícia de Segurança Pública estão esta segunda-feira concentrados em frente à Direção Nacional da PSP. Neste terceiro dia de protesto, os agentes vão também entregar uma carta aberta ao diretor nacional da PSP.

Em declarações à antena da RTP, Paulo Rodrigues, dirigente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP), começou por explicar que esta concentração tem como objetivo primordial transmitir ao diretor nacional da força de segurança a ideia de que "houve um conjunto de promessas que o Governo fez no início desta legislatura que não foram cumpridas".

O líder sindical vai ainda mais longe e acrescenta que, "ao não cumpri-las, está a pôr em causa aquilo que é o funcionamento da instituição". Mais ainda, "está a pôr em causa e a expor os profissionais de polícia àquilo que tem sido publicitado ao longo do tempo. Somos agredidos, somos maltratados, não há condições de trabalho, não há grandes expectativas ao nível da carreira, ou seja, há uma desmotivação grande, uma instabilidade grande e uma revolta grande", vincou.

ASPP decidiu entregar hoje cartas ao diretor nacional da PSP, superintendente-chefe Luís Farinha, a exigir mais e melhor intervenção e outra em S. Bento (residência oficial do primeiro-ministro) a elencar as promessas não cumpridas.

"Entendemos que a direção da PSP deve ter um papel mais interventivo e mais firme junto do Governo. A instituição está de rastos em termos de meios, efetivos, e equipamento que põem em causa o funcionamento da polícia e a segurança dos cidadãos e a direção não se pode ficar por reuniões formais", alegou.

Paulo Rodrigues lembrou que há esquadras a serem encerradas por falta de pessoal e há um envelhecimento do efetivo. "A tudo isto juntam-se polícias agredidos quase todos os dias e os suicídios", frisou.

O sindicalista lamenta que o tema da segurança não conste do "cardápio da campanha eleitoral", mas avança que, a manter-se este clima, "todos os polícias estão preparados" para elevar o nível da luta.

Nas cartas da ASPP é dito que tem aumentado a insatisfação, a consequente motivação profissional do efetivo e a deterioração do serviço policial. Também são elencadas uma série de promessas assumidas pelo Governo e não cumpridas, mas que não tiveram "sem grande oposição" da direção da PSP.

O Plano Plurianual de Investimento é uma das que não foi cumprida, o que impede a aquisição e renovação de meios, equipamentos, construção ou renovação de departamentos policiais.

O sindicato reivindica um novo modelo de organização da PSP ajustado à realidade e às necessidades do serviço policial, um programa de apoio psicológico para os polícias, a revisão dos subsídios e suplementos remuneratórios e um efetivo mais jovem, já que os dados indicam que um quarto dos polícias têm atualmente mais de 50 anos.

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