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Estudantes do IST contra duplicação do custo das propinas de mestrado

Os estudantes do Instituto Superior Técnico estão contra a proposta aprovada pela instituição que quase duplica o valor das propinas de mestrado em dois anos, passando de 697 euros no ano letivo anterior para os 1.250 euros no próximo.

Estudantes do IST contra duplicação do custo das propinas de mestrado
Notícias ao Minuto

20:48 - 18/03/22 por Lusa

País Instituto Superior Técnico

"Com a desintegração das licenciaturas com mestrado incluído, houve, no ano passado, um aumento do valor da propina nesses cursos, de 697 euros para 825 euros. Para o próximo ano letivo, o Presidente do IST [Instituto Superior Técnico] propôs, em sede de Conselho de Escola, o aumento de 825 euros para 1250 euros, sendo que esta proposta foi aprovada, com o voto contra dos estudantes", explica um comunicado da Federação Académica de Lisboa (FAL).

O documento hoje divulgado e assinado pelo presidente da FAL, João Machado, refere que a proposta "caso seja aprovada em sede de Conselho Geral da Universidade de Lisboa, configura um aumento de quase 100% do valor da propina num período de dois anos".

Numa petição pública dirigida ao presidente do IST, Rogério Colaço, já assinada por mais de 1.500 pessoas e apresentada como carta aberta, a associação de estudantes desta faculdade da Universidade de Lisboa realça o aumento dos custos associados à frequência do ensino superior nos últimos anos e lamenta que os estudantes não tenham sido ouvidos sobre a decisão tomada.

A associação de estudantes do IST (AEIST), que face à situação decretou "luto académico" no IST até 24 de março, Dia do Estudante, considera ainda "inaceitável" a decisão que revela "uma tremenda incoerência com os principais valores de uma escola aberta à sociedade, como qualquer outra Instituição de Ensino Superior pública, comprometida naturalmente com a causa pública".

"Esta situação é claramente um obstáculo à aposta nas qualificações essenciais para a competitividade do país, para o crescimento da nossa economia e, obviamente, para o desenvolvimento do potencial humano dos portugueses. Na realidade particular do IST, considerando o 2.º ciclo quase indispensável à formação de um engenheiro para o exercício da profissão na sua plenitude de conhecimentos, a AEIST condena veementemente a barreira que se pretende criar à formação de engenheiros na maior e melhor escola de engenharia do país", defendem os estudantes na carta aberta.

Ressalvam ainda que nunca houve tantos estudantes a pedir bolsas de estudo -- cerca de 100 mil pedidos em setembro de 2021 -- em paralelo com percentagens elevadas de abandono escolar no ensino superior nos últimos anos.

"A AEIST tomará as diligências necessárias para impedir a aprovação desta proposta em sede de Conselho Geral da Universidade de Lisboa ou para o desenvolvimento de um quadro legislativo que congele a propina de 2.º ciclo no próximo ano letivo, à semelhança do que aconteceu último Orçamento do Estado aprovado. A partir deste momento, estaremos na frente da luta junto do Conselho Geral da Universidade de Lisboa e da tutela do ensino superior", afirmam os estudantes do IST.

A FAL afirma no seu comunicado que "acompanha esta carta" e frisa as dificuldades financeiras que a pandemia trouxe a muitas famílias e "tendo ainda em conta que o mestrado é uma componente indispensável para a formação de um engenheiro, torna este aumento completamente desajustado à realidade e levantará problemas para os estudantes que queiram prosseguir os seus estudos"

Em protesto, cerca de 300 estudantes manifestaram-se na quinta-feira, numa manifestação que terminou com um cordão humano à volta do edifício central do IST.

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