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Almirante com Fuzileiros: "Respeito pela situação em que fomos colocados"

Gouveia e Melo esteve com Fuzileiros que se encontram na fase de aprontamento para mais uma missão da NATO e foi celebrada uma missa campal naquele que marca o sétimo dia após o funeral do agente da PSP Fábio Guerra.

Almirante com Fuzileiros: "Respeito pela situação em que fomos colocados"
Notícias ao Minuto

21:13 - 31/03/22 por Notícias ao Minuto

País Gouveia e Melo

O almirante Gouveia e Melo esteve, esta quinta-feira, com Fuzileiros que se encontram na fase de aprontamento para mais uma missão da NATO, tendo sido celebrada uma missa campal naquele que marca o sétimo dia após o funeral de Fábio Guerra, agente da PSP morto à porta de uma discoteca, em Lisboa. 

"O dia de hoje, em que nos reunimos aqui no meio de um exercício e vamos ter uma missa campal feita com o Bispo das Forças Armadas e com o capelão mais antigo da Marinha tem um significado especial no dia de hoje, porque é o sétimo dia após o enterro do agente Fábio Guerra, da PSP", começou por afirmar o Chefe do Estado-Maior da Armada num vídeo que a Marinha Portuguesa publicou esta tarde. 

"Nenhum de vocês teve culpa, nenhum de vocês é culpado de nada, mas mostra o nosso respeito pela situação em que fomos todos colocados", acrescentou Gouveia e Melo, deixando ainda um agradecimento pela "manifestação de solidariedade com outros elementos do Estado que são tão úteis como todos nós somos nas nossas missões". 

Anteriormente, o ex-coordenador da task force para a vacinação contra a Covid-19 tinha dito aos Fuzileiros que fez "questão de vir aqui hoje falar convosco e sentir que vocês estão a superar as dificuldades trabalhando e olhando para o futuro".

E acrescentou: "Tenho muito orgulho de vós enquanto fuzileiros, enquanto corpo, e tenho a noção da importância que vocês têm para a Marinha. Tudo o que nós dissemos e que iremos dizer tem a ver com comportamentos para a Marinha toda: são linhas vermelhas de comportamento geral que todos nós temos que seguir".

O almirante sublinhou também que quando vê "Fuzileiros nos fogos, em barragens, Fuzileiros, agora, a irem para os Açores e a fazer um conjunto muito alargado de missões, para além de serem forças especiais, o que vocês mostram à sociedade é que são uma força especial especial". E mais: "São flexíveis, adaptam-se e, acima de tudo, têm grandes valores humanísticos, porque são esses valores que vocês depois mostram nessas ações todos os dias". 

Recorde-se que, Gouveia e Melo fez um duro discurso ao Corpo de Fuzileiros, no Alfeite, no dia do funeral do agente Fábio Guerra. O Chefe do Estado-Maior da Armada, dirigindo-se aos militares, foi taxativo: "Quando vejo alguém a pontapear um ser caído no chão, vejo um inimigo de todos nós, dos seres decentes, vejo um selvagem, vejo o ódio materializado e cego, vejo acima de tudo um verdadeiro covarde".

A mensagem terminou de forma ainda mais incisiva. "Não quero arruaceiros na Marinha; não quero bravatas fúteis, mas verdadeira coragem, física e moral; não quero militares sem valores, sem verdadeira dedicação à Pátria", concluiu.

O que aconteceu?

Fábio Guerra, um jovem agente da PSP, junto com outros três polícias fora de serviço, decidiram intervir numa rixa e que teve início dentro de um espaço de diversão noturna e depois continuou no exterior do local, em Lisboa.

Dois dos suspeitos foram prontamente identificados pela Polícia Judiciária como sendo dois fuzileiros da Marinha Portuguesa - tendo sido detidos pela mesma entidade e ficado em prisão preventiva. Já polícia espanhola lançou um alerta de que um terceiro suspeito - Clóvis Abreu - poderá estar no país.

Dos quatro polícias agredidos, três deles acabariam por ter alta hospitalar logo no sábado. O caso afigurava-se, no entanto, bem mais complicado para Fábio Guerra, de 26 anos, que tinha sido vítima de "graves lesões cerebrais" e acabou por morrer na segunda-feira seguinte. 

Leia Também: Família de fuzileiro acusa PSP de violar presunção de inocência

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