"Cenário mais provável é que esta guerra não termine imediatamente"
Uma força de 146 Fuzileiros partiu, esta manhã, para a Lituânia e o Almirante Gouveia e Melo asseverou, na CNN Portugal, que participamos com as nossas forças para um "esforço coletivo" da Aliança, "porque a segurança hoje não é na nossa fronteira, é numa fronteira mais alargada".
© Global Imagens
País Gouveia e Melo
Uma força de Fuzileiros, constituída por 146 militares, partiu esta manhã para a Lituânia de modo a reforçar a presença da Aliança Atlântica no flanco leste europeu e, neste seguimento, Gouveia e Melo, Chefe do Estado-Maior da Armada, marcou presença na CNN Portugal. A ida destes militares portugueses implica, nas palavras do Almirante, "participarmos, com a nossa dose, e dentro do que são as nossas capacidades, nesse esforço coletivo - porque a segurança hoje não é na nossa fronteira, é numa fronteira mais alargada, mas que afeta a nossa Aliança".
Os "Fuzileiros são uma força muito especial", fez questão de salientar Gouveia e Melo, que "tem capacidade de operar de forma irregular em ações de atrição contra forças superiores". "E essa valência, usando quer rios, quer terra, quer os acessos por mar, é uma valência única e que, neste momento, é muito útil para aquele cenário", acrescentou.
Questionado sobre se é previsível que aumentem as provocações no Mar Báltico - por uma eventual ameaça russa - Gouveia e Melo frisou que estas "podem acontecer, dependente da situação política ou da evolução do conflito", mas "não é previsível que, neste momento, venham a escalar para qualquer coisa mais grave que essas provocações".
O Almirante destacou, em seguida, que Portugal "tem forças muito especializadas que têm capacidades únicas e que são totalmente diferenciadoras no quadro das Alianças". "Também há forças iguais às nossas, mas são forças muito raras" e "nós, ao disponibilizarmos essas capacidades para a NATO, fazemos uma afirmação de especialização importante, refletindo um papel importante dentro da Aliança", frisou.
"Fazemos este reforço na fronteira leste da Aliança como um sinal de coesão, um sinal de segurança coletiva e, durante este período, aproveitamos para fazer exercícios. Mas, o principal sinal, é nós estamos disponíveis para estar na fronteira da defesa coletiva, que é a fronteira, neste momento, na fronteira leste da Europa", disse ainda na CNN Portugal.
"Fizemos um plano muito relacionado com a nossa geografia"
Já sobre se será necessário um reforço de meios neste local da Europa, o Almirante avaliou que tal decisão pertence à ministra da Defesa, ao Governo e a Marcelo Rebelo de Sousa. "Ninguém sabe o que vai ser o futuro a partir de agora. Como todos nós sabemos há uma invasão em curso, há uma reação a essa invasão e o cenário mais provável é que esta guerra não termine imediatamente, ou seja, não há ainda uma vontade política para terminar este conflito de ambas as partes", salientou o Chefe do Estado-Maior da Armada.
A guerra "muda e influencia os planos" definidos para a Armada, asseverou também mas, "nós fizemos um plano muito relacionado com a nossa geografia e, como junto aos aliados, a nossa geografia pode ser alavancada".
A Força de Fuzileiros que partiu hoje do Aeródromo de Trânsito n.º 1 de Figo Maduro, em Lisboa, integra 12 oficiais, 24 sargentos e 110 praças do Corpo de Fuzileiros e do Agrupamento de Mergulhadores da Marinha totalizando 146 militares. O destacamento de fuzileiros portugueses vai ficar na Base de Klaipeda, no Mar Báltico.
Estes militares vão participar nas medidas de tranquilização (Assurance Mesures) da Aliança Atlântica e que se traduzem no envolvimento de meios aéreos, marítimos e terrestres no centro e no leste da Europa e também na Turquia.
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