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Ex-adjunto acusa Galamba de querer mentir à CPI da TAP

Frederico Pinheiro, visado numa troca de informações sobre a polémica na TAP, foi exonerado na quarta-feira.

Ex-adjunto acusa Galamba de querer mentir à CPI da TAP

O ex-adjunto do ministro das Infraestruturas, Frederico Pinheiro, acusou João Galamba de querer mentir à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à TAP. Em causa estão as notas de uma "reunião preparatória" entre representantes do Governo e a ex-CEO da transportadora aérea, Christine Ourmières-Widener, de que Galamba terá pretendido negar a existência, antes de a CEO da empresa ir ao Parlamento

Num comunicado, divulgado pela CNN Portugal após a notícia da exoneração, Frederico Pinheiro indicou "ter tomado notas da reunião, que registou no computador". Estas notas "resumiam o que tinha sido abordado nas reuniões" com a ex-CEO da TAP, "tendo ficado claro que, naquela reunião de 17 de Janeiro tinham sido articuladas perguntas a serem efetuadas pelo Grupo Parlamentar do PS (GPPS) e tinham sido referidas as respostas e a estratégia comunicacional da CEO da TAP".

"Ficou indicado que, em caso de requerimento pela Comissão Parlamentar de Inquérito, as notas não seriam partilhadas por serem um documento informal", garante o agora ex-adjunto no comunicado.

Já na segunda-feira, dia 24 de abril, Frederico Pinheiro foi informado pela técnica Cátia Rosas que o gabinete do ministro iria responder à comissão parlamentar de inquérito que "não existiam notas da reunião"

Neste sentido, Frederico Pinheiro afirmou que "tal era falso" e que, caso fosse chamado a responder na comissão de inquérito, "seria obrigado a contradizer a informação" que estava na resposta no Ministério das Infraestruturas e com a qual "discordava". 

Já na terça-feira, 25 de abril, Frederico Pinheiro foi contactado por João Galamba "por mensagem e por telefone", tendo o ex-adjunto, "em ambas as ocasiões", deixado "claro que a decisão que tomaram de não revelar a existência das notas teria de ser revista". "João Galamba teve uma reação irada", referiu o ex-braço direito do ministro, que acabou por ser exonerado no dia seguinte.

Na mesma missiva, Frederico Pinheiro revelou também que foi o ministro das Infraestruturas que informou a ex-CEO da TAP, a 16 de janeiro, de que se iria realizar "uma reunião preparatória da audição parlamentar entre o GPPS e o Ministério das Infraestruturas" no dia seguinte.

Christine Ourmières-Widener terá então comunicado ao adjunto a sua "intenção de participar na reunião", tendo este informado "por escrito" João Galamba, que autorizou a participação - participação essa que foi tornada pública pela própria Christine Ourmières-Widener a 4 de abril, durante audição na Comissão Parlamentar de Inquérito.

Após as declarações da ex-CEO da TAP, Galamba terá dito ao seu adjunto "não ver problema nenhum no facto de a reunião se ter realizado e reforçou que tinha sido o próprio, a 16 de Janeiro, a revelar a Christine Ourmières-Widener a existência de uma reunião preparatória entre o Ministério das Infraestruturas e o GPPS, a realizar a 17 de Janeiro".

Também esta tarde soube-se que Frederico Pinheiro levou "à força" dois computadores do Ministério, um deles com informação confidencial. O Ministério apresentou uma queixa-crime contra o ex-adjunto e recuperou os equipamentos.

Sublinhe-se que o adjunto foi exonerado, na quarta-feira, por "comportamentos incompatíveis com os deveres e responsabilidades inerentes ao exercício das suas funções num gabinete ministerial". Frederico Pinheiro é visado na troca de informações divulgada na comunicação social, na quinta-feira, sobre a polémica na TAP.

Em causa está a coordenação de uma reunião secreta do PS com a ex-CEO da TAP, Christine Ourmières-Widener, através de mensagens de Whatsapp e correio eletrónico, que foram ontem divulgadas pela SIC e pela CNN Portugal. 

[Notícia atualizada às 18h58]

Leia Também: Exoneração de adjunto de Galamba. "Bode expiatório" ou "vingança"?

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