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Polícia trabalha sem 'taser', que poderia ter evitado recente morte

A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) alertou hoje para a falta de condições de trabalho, defendendo que a recente morte do morador do Bairro do Zambujal poderia ter sido evitada se já tivessem as prometidas armas elétricas 'taser'.

Polícia trabalha sem 'taser', que poderia ter evitado recente morte
Notícias ao Minuto

16:30 - 23/10/24 por Lusa

País ASPP/PSP

Em comunicado enviado à agência Lusa, a ASPP/PSP começa por lamentar a morte do morador de 43 anos do Bairro do Zambujal, na Amadora (distrito de Lisboa), que na madrugada de segunda-feira foi baleado por um agente da PSP.

 

Para a associação, esta morte poderia ter sido evitada, caso os agentes do carro patrulha já tivessem a arma de eletrochoque não letal que permite imobilizar temporariamente o agressor, conhecida como 'taser'.

Além da "inexistência de uma arma elétrica", a tripulação do carro-patrulha também não tem 'bodycams', uma pequena câmara de filmar que já está prometida às forças de segurança há vários anos.

A promessa dos 'taser' e das 'bodycams' é antiga: O anterior Governo tinha prometido adquirir de forma faseada cerca de 10.000 'bodycams' até 2026, tendo lançado um concurso público em abril de 2023.

O concurso foi impugnado duas vezes e, em maio deste ano, continuava por concluir, tendo o atual Governo decidido rever a quantidade de câmaras a adquirir.

Só depois de concluído o concurso de compra da plataforma é que se seguirá a fase de aquisição das 'bodycams' para equipar os elementos da PSP e GNR.

Se os agentes já tivessem as câmaras de filmar "terminaria definitivamente a especulação generalizada que se verifica acerca do que ocorreu", salienta a ASPP.

A falta de condições de formação e equipamento para exercer a missão policial acarreta "possíveis riscos para todos os intervenientes", alerta a associação.

Os representantes da policia apelam a uma reflexão sobre a importância das condições em que os polícias trabalham, "nomeadamente em termos de formação e equipamento, e as respetivas consequências da ausência das mesmas".

Odair Moniz, 43 anos, cidadão cabo-verdiano, foi baleado na madrugada de segunda-feira, no Bairro da Cova da Moura, tendo morrido pouco tempo depois no Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa.

Segundo a PSP, o homem pôs-se "em fuga" de carro depois de ver uma viatura policial e "entrou em despiste" na Cova da Moura, onde, ao ser abordado pelos agentes, "terá resistido à detenção e tentado agredi-los com recurso a arma branca".

A associação SOS Racismo e o movimento Vida Justa contestaram a versão policial e exigiram uma investigação "séria a isenta" para apurar "todas as responsabilidades", considerando que está em causa "uma cultura de impunidade" nas polícias.

Desde a noite de segunda-feira foram registados desacatos no Zambujal e, já na terça-feira, noutros bairros da Área Metropolitana de Lisboa, onde foram queimados dois autocarros, automóveis e caixotes do lixo, e detidas três pessoas. Dois polícias receberam tratamento hospitalar devido ao arremesso de pedras e dois passageiros dos autocarros incendiados sofreram esfaqueamentos sem gravidade.

Leia Também: Três detidos e dois polícias feridos em 2 dias. PSP com "tolerância zero"

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