Universidade de Aveiro cria novos derivados de clorofila para combater cancro
Um grupo de investigação da Universidade de Aveiro (UA) desenvolveu e caracterizou novos derivados de clorofila, que podem vir a ajudar na terapia fotodinâmica de diferentes tipos de cancro, revelou hoje a Universidade.
© Lusa
País Cancro
"Os novos derivados de clorofila demonstraram resultados promissores em ensaios experimentais de terapia fotodinâmica, tanto em cancro da mama triplo negativo, como em outros tipos de cancro, incluindo o cancro do pâncreas", indica uma nota de imprensa da UA.
Conforme explica a investigadora Amparo Faustino, "a aplicação de derivados de clorofila (extraídos a partir de fontes naturais) como agentes terapêuticos em terapia fotodinâmica permite não só utilizar recursos disponíveis de forma sustentável, como minimizar efeitos indesejáveis".
"Além disso, os compostos absorvem radiação na região do vermelho do espetro de visível, onde a luz penetra melhor os tecidos, facilitando a ativação dos derivados de clorofila presentes nas células tumorais", acrescenta.
Os novos compostos foram caracterizados ao nível da sua atividade antitumoral e a equipa de investigação conclui terem "uma toxicidade muito baixa na ausência de luz e uma elevada eficácia na eliminação de células tumorais, quando ativados sob condições controladas de iluminação".
"A utilização destes compostos em terapia fotodinâmica do cancro de mama triplo negativo poderá suprir a falta de abordagens terapêuticas eficazes e seguras para os pacientes", refere.
Segundo Amparo Faustino, o tratamento "é minimamente invasivo, e atua apenas na área iluminada, sendo uma alternativa viável quando outras terapias falham, especialmente em casos de resistência aos tratamentos convencionais".
"Espera-se que esta abordagem possa ser estendida a outros tipos de cancros igualmente agressivos, como o cancro de pâncreas e do pulmão", exemplifica.
Os novos derivados de clorofila foram desenvolvidos nos laboratórios do Departamento de Química da Universidade de Aveiro e no Departamento de Ciências Médicas, sendo o grupo de investigação formado por Cristina Dias, Nuno Moura, Amparo Faustino, Graça Neves, Vítor Gaspar, João Mano e Luisa Helguero.
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