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25 de Novembro? "Adulteração da verdade histórica" em torno da data

A Câmara de Lisboa aprovou hoje, com os votos contra da liderança PSD/CDS-PP, uma moção do PS sobre a celebração do 25 de Novembro de 1975, criticando o processo de "adulteração da verdade histórica" em torno dessa data.

25 de Novembro? "Adulteração da verdade histórica" em torno da data
Notícias ao Minuto

27/11/24 20:13 ‧ Há 2 Horas por Lusa

País Lisboa

Na apresentação da moção, o vereador do PS Pedro Anastácio acusou o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), de estar "desesperado em ajustar contas com a história, fazendo uma espécie de revisionismo histórico", numa tentativa de "retirar peso" à data "fundadora e maior" da democracia em Portugal, o 25 de Abril de 1974.

 

Em resposta, Carlos Moedas disse que sempre participou nos festejos do 25 de Abril, porque é "a data" da liberdade em Portugal, mas lamentou a posição do PS de "estigmatizar o 25 de Novembro", defendendo que esta também é uma data importante para a democracia.

Com a moção do PS, a câmara decide "distanciar-se de qualquer tentativa de fabricar artificialmente uma divisão na sociedade portuguesa" e "abster-se de participar no processo de adulteração da verdade histórica em torno dos acontecimentos decorridos no dia 25 de Novembro, através da deturpação de factos e respetiva rescrição".

Outras das deliberações passam por recordar que a construção da democracia se fez pela rutura com uma ditadura de 48 anos, a que a revolução de 25 de Abril pôs termo, e que é nesta data que se comemora a democracia e a liberdade, com a adesão popular de milhares de portugueses que todos os anos se juntam por todo o país.

Ainda a este propósito, o PCP apresentou um voto de condenação sobre a iniciativa do presidente da câmara relativa à celebração do 25 de Novembro, que foi aprovado com os votos contra de PSD/CDS-PP.

Neste sentido, a câmara demarca-se do conjunto de iniciativas levadas a cabo, pelo segundo ano consecutivo, pelo presidente do executivo a respeito do 25 de Novembro e condena "uma atuação que, à margem e numa atitude de afronta ao órgão a que preside, e acima de tudo de afronta à verdade e ao rigor históricos, assume como sua uma tentativa de construção memorialística que tem vindo a ser promovida por setores, incluindo da extrema-direita, que nunca esconderam o seu desconforto com a democracia e a liberdade que a revolução de Abril trouxe ao povo português".

O executivo da Câmara de Lisboa, que é composto por 17 membros, integra sete eleitos da coligação "Novos Tempos" (PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança) - que são os únicos com pelouros atribuídos e que governam sem maioria absoluta -, três do PS, três do Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre), dois do PCP, um do Livre e um do BE.

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