Autarca de Vila Real denuncia "corte na segurança" na A24
A Câmara de Vila Real alertou hoje para a "diminuição da segurança" e o "aumento do perigo" na Autoestrada 24 (A24) depois da remoção da iluminação nos nós de acesso e painéis de informação e redução dos limpa-neves.
© Global Imagens
País Rui Santos
"Hoje é perigoso andar na A24. É muito mais perigoso andar hoje do que há um mês e isso é absolutamente inaceitável", afirmou o presidente do município, o socialista Rui Santos.
O autarca falava numa conferência de imprensa, que decorreu perto do nó desta autoestrada, na zona industrial de Vila Real, precisamente para alertar para as medidas que estão a ser implementadas pela concessionária Operscut e que, na sua opinião, foram "acordadas" com o Governo central.
"Estas medidas são absolutamente inaceitáveis. Tudo o que coloque em causa a segurança dos nossos cidadãos não pode ter preço", frisou.
E, segundo Rui Santos, a via que liga Viseu, Vila Real e Chaves, vai sofrer "um corte a nível dos postos SOS", a remoção "na totalidade da iluminação em todos os nós de acesso e saída", bem como "dos painéis de informação de condições atmosféricas adversas".
O autarca disse ainda que vai haver "uma redução dos limpa-neves para metade, passando de oito para quatro", e do "patrulhamento de apoio a avarias e acidentes, passando de duas para uma equipa".
Medidas que, de acordo com o presidente, "são consequência da renegociação do contrato de concessão da A24 entre o Estado e a operadora desta via".
"Estas alterações comprometem claramente a segurança dos utentes", frisou.
Rui Santos lembrou que a autoestrada atravessa um território com condições climáticas adversas nos períodos invernais, com muita queda de neve e formação de gelo, pelo que os meios de intervenção, como os limpa-neves, "são fundamentais para a manutenção das condições de segurança".
E todos estes cortes, segundo o autarca, se estão a verificar numa "das autoestradas mais caras do país".
Por isso mesmo exige que as alterações "sejam imediatamente revogadas" e que a "normalidade seja reposta".
"E, para que fique claro, esta nossa exigência e tomada de posição será defendida junto do atual Governo e de qualquer outro Governo futuro, independentemente da sua cor político-partidário", sublinhou.
Rui Santos disse ainda não querer acreditar que um "Estado de direito responsável tenha feito um negócio com uma concessionária pondo em perigo as condições de segurança dos utentes numa autoestrada".
"Não quero acreditar que isso tenha sido assim, acho impossível que isso tenha sido assim e, portanto, o Estado deve impor à concessionária as condições de segurança que foram exigidas aquando da construção da A24 e que são prática em todo o território nacional", afirmou.
Contactado pela agência Lusa, Francisco Almeida, da Comissão de Utentes Contra Portagens, também considerou que está "claramente em causa a segurança dos automobilistas".
"Quando se reduzem os limpa-neves para metade, quando não se faz a circulação das carrinhas de apoio aos utentes, quando se desliga a luz e não há iluminação dos nós e quando os SOS estiveram sem funcionar vários dias é claro que fica em causa a segurança das pessoas e esta é uma estrada com zonas muito perigosas", frisou.
Francisco Almeida ironizou e referiu que, agora, "só já falta mesmo tirar os pórticos" da A24 para que esta via "deixe de ser uma autoestrada e passe a ser uma estrada regional".
"Assim é fácil fazer uma renegociação. É cortar, cortar, cortar e fica mais barato, claro", sublinhou.
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