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'A Arte Chegou ao Colombo' e neste ano "atípico" com um prémio

Depois de nove anos a expor trabalhos de reconhecidos artistas nacionais e internacionais, o projeto ‘A Arte Chegou ao Colombo’ foi neste “ano atípico”, mas também de celebração, “repensado para dar início a um novo ciclo”. E que melhor forma de fazê-lo, se não com um prémio para apoiar os artistas emergentes? Venha daí conhecer esta iniciativa que, talvez não saiba, teve como primeira participante Joana Vasconcelos.

'A Arte Chegou ao Colombo' e neste ano "atípico" com um prémio
Notícias ao Minuto

10:00 - 30/09/20 por Ana Lemos

Cultura Artistas

Em tempos tão diferentes e incertos como aqueles que vivemos, a cultura foi, e continua a ser, um dos setores mais afetados. A pensar neste impacto e “depois de nove anos a apresentar o trabalho de reconhecidos artistas nacionais e internacionais”, este ano, em que ‘A Arte Chegou ao Colombo’ comemora a 10.ª edição, o projeto foi “repensado (…) para dar um novo impulso à criação de arte contemporânea e um sinal positivo à sociedade numa fase de grande incerteza económica”.

Quem o diz é Paulo Gomes, diretor do Centro Colombo, que quis neste “ano atípico” de 2020 dar início a um novo ciclo a este projeto com a criação de “um prémio de apoio a artistas emergentes”. Além do valor monetário ‘em jogo’ (20 mil euros), estes artistas em início de carreira terão a “possibilidade de ver a sua obra exposta (…) numa exposição aberta ao grande público, que se vai realizar em 2021”. As candidaturas arrancam já no próximo dia 1 de outubro e “cada finalista selecionado -  individual ou coletivo - receberá uma verba de mil euros, para apoio à produção do trabalho apresentado na candidatura e para a sua posterior apresentação na exposição”.

Podem candidatar-se ao ‘Prémio A Arte Chegou ao Colombo’ maiores de 18 anos, “que não têm ainda uma carreira consagrada, de forma individual ou organizados em grupo, portugueses ou residentes em Portugal”, e de “todas as modalidades de artes plásticas”. O tema, esse já está definido: ’O impacto da pandemia Covid-19’. Os artistas têm de “criar uma obra de arte cujo denominador comum seja este tema”, explica Paulo Gomes.

O júri será constituído por representantes dos parceiros do Prémio, designadamente, a Fundação Arpad-Szenes Vieira da Silva, a Fundação D. Luís I, o Museu Coleção Berardo, o Museu Nacional de Arte Antiga e, ainda, um representante da Sonae Sierra. A seleção dos trabalhos finalistas terá “em consideração a interpretação da temática, conjugada com critérios de estética, criatividade e inovação”.

Mas também os portugueses terão uma palavra a dizer. As propostas dos concorrentes finalistas serão sujeitas a votação pública (aqui) e através dessa votação “apurar-se-á a proposta mais votada que terá um peso de 40% no resultado”, enquanto o voto do júri terá um peso de 60% no apuramento do resultado. O grande vencedor será, portanto, a proposta com mais votos.

“Acreditamos que este é um prémio muito relevante para o setor artístico, principalmente neste momento de crise que vivemos e que vai ter um grande impacto, por vários motivos: pelo valor monetário (…), que é bastante significativo para um artista em início da carreira; pela oportunidade de exporem o seu trabalho ao grande público, e também pelos parceiros envolvidos e que credibilizam ainda mais este Prémio”, destaca o diretor do Centro Colombo, ao Notícias ao Minuto, vincando que este prémio conta ainda com “o apoio da artista Joana Vasconcelos”.

Joana Vasconcelos será, aliás, a embaixadora desta 1.ª edição do ‘Prémio A Arte Chegou ao Colombo’, até porque, talvez não saiba ou não se recorde, mas foi ela a primeira artista a expor o seu trabalho no projeto ‘A Arte Chegou ao Colombo’, em 2011. “Tendo sido a primeira participante (…) com o ‘Coração Independente’ há dez anos, e tendo visto todos os artistas, e sobretudo jovens artistas, a participar e a criar peças fantásticas para o espaço público da Praça Central [do Colombo], é para mim uma honra participar como embaixadora neste novo ciclo que tem por objetivo precisamente descobrir e valorizar novos talentos”, afirma a artista portuguesa.

Por todos estes motivos, Paulo Gomes reconhece que “sem dúvida” a 10.ª edição d'‘A Arte Chegou ao Colombo’ tem este ano um sabor especial porque “traz consigo uma grande carga emocional. Na verdade, levámos a arte e a cultura a mais de 1,2 milhões de pessoas neste período, e demos a oportunidade aos visitantes de apreciarem obras de artistas nacionais e internacionais de renome”.

Sendo este um ano atípico e de celebração (...), decidimos comemorar o passado, o presente e o futuro. Relativamente ao passado, foi feita uma retrospetiva dos 10 anos, através de um vídeo artístico, onde as pessoas podem conhecer ou reviver as edições passadas. Quanto ao presente e futuro, a pandemia forçou-nos a pensar de raiz a edição deste ano e desafiou-nos a ir mais além nesta missão da democratização da arte, através do apoio a artistas emergentes, tendo o Centro Colombo em exibição uma instalação de arte aérea denominada por ‘Mundus Imaginalis’ do coletivo artístico Error-43 (patente na Praça Central até ao dia 31 de outubro)” e do lançamento deste prémio.

O projeto que expôs a arte de Joana Vasconcelos (e muitos outros)

Lançado em 2011, o projeto 'pioneiro A Arte Chegou ao Colombo” deu um forte contributo para a divulgação e promoção de atividades culturais, aproximando os visitantes do centro comercial em Lisboa das "diversas manifestações artísticas e promovendo a sua participação e interação com a arte". Nestes últimos 10 anos, o Centro Colombo recebeu "exposições de diversos artistas de reconhecimento nacional e internacional, promovendo uma verdadeira democratização da arte".

No ano de arranque contou com a parceria do Museu Coleção Berardo na exposição dos trabalhos de quatro artistas nacionais – Joana Vasconcelos, Miguel Palma, Susana Anágua e Isaque Pinheiro. Seguiram-se, depois, o MNAA – Museu Nacional de Arte Antiga (2012), a Exposição Andy Warhol – Icons (2013), a instalação interativa The Pool da artista norte-americana Jen Lewin (2014), 'A Divina Comédia' de Salvador Dalí (2015) e a exposição Terry O’Neill – Faces of the Stars.

Mais recentemente, em 2017, a Praça Central no Colombo recebeu 'O Mundo Fantástico' de Paula Rego, um "verdadeiro sucesso com 224.500 visitantes em três meses". Em 2018 foi a vez das obras mais emblemáticas de Roy Lichtenstein e a Pop Art, e, no ano passado, 35 obras da artista Vieira da Silva foram apresentadas de forma inédita numa experiência imersiva de digital & media art, que "contou com o Alto Patrocínio da Presidência da República".

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