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"O mais fácil depois de ser campeão olímpico era desistir"

Em entrevista à GQ, Nelson Évora revela detalhes importantes relativamente à sua recuperação e ao período em que esteve lhe foram negados acessos a provas.

"O mais fácil depois de ser campeão olímpico era desistir"
Notícias ao Minuto

09:49 - 05/11/15 por Notícias Ao Minuto

Desporto Nélson Évora

Com ouro conquistado nos Mundiais e Jogos Olímpicos de 2008, com a morte do pai anos depois, já após a conquista da prata em 2009, chegou a lesão na tíbia. Em quatro anos foi operado seis vezes, tendo mesmo corrido o risco de amputação.

Em maio de 2014, perdidos patrocínios, apoios, amigos, voltou a correr. Seguiram-se o ouro em Praga e o bronze nos Mundiais de Pequim. Eis o Nélson Évora que ainda não conhece e que revela, em entrevista, desilusão pela forma como foi tratado.

“Senti-me desiludido por tudo aquilo que já tinha dado, por todos os títulos que já tinha ganho. Acho que há sempre que manter o mínimo de respeito por aqueles que conseguem chegar e fazer alguns feitos que tão poucos conseguiram no nosso país. E senti que as pessoas, para além de não acreditarem, começaram a esquecer-se disso”, começa por dizer, lembrando que todos temos momentos bons e maus.

“As pessoas têm os seus momentos, há momentos piores, outros melhores. Eu passei por um momento menos bom, mas tive de ser um pouco surdo e centrar-me em tudo o que era realmente importante para mim”, afiançou, garantindo que não pensou em desistir.

“O mais fácil depois de ter sido campeão olímpico e de tudo o que eu fiz era desistir, mas não quis ir pelo caminho mais fácil”, afirmou, dizendo que para continuar a lutar é preciso “esquecer a história, começar tudo de novo e (…) agarrarmo-nos à paixão pelas coisas que fazemos. Esse é o primeiro passo. É o primeiro e o último. Pelo meio, há todo um processo muito longo”, garantiu.

Por fim, sobre os seus objetivos, Nelson Évora garante que a sua intenção é lutar por um lugar na história, querendo, por isso, passar a marca dos 18 metros no triplo salto.

“O que me faz continuar é querer ficar na história do atletismo internacional, fazendo um salto acima dos 18 metros. Não vou dizer que não penso nisso. Seria fechar com chave de ouro”, concluiu.

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