Altice. Reguladores sem responsabilidade no despedimento, diz sindicato
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Grupo Altice em Portugal (STPT), Jorge Félix, considerou hoje que o despedimento em curso na operadora nada tem a ver com a atuação dos reguladores do setor.
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Economia Despedimento
"Os reguladores existem e a Altice tem de respeitar as regras e não tem razões para se queixar", disse à agência Lusa Jorge Félix, após uma reunião com a Autoridade da Concorrência (AdC).
Segundo o sindicalista, a reunião "foi esclarecedora relativamente às acusações que a empresa tem feito aos reguladores" e concluiu que o despedimento em curso, de cerca de 200 trabalhadores, "nada tem a ver com as entidades reguladoras".
No dia 21, dia de greve dos trabalhadores da Altice, o STPT teve uma reunião identica com a Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom), que também negou qualquer responsabilidade no despedimento.
O sindicato ficou convencido, após os dois encontros, que "não há qualquer atitude persecutória em relação à Altice por parte dos reguladores, que apenas pretendem ver respeitadas as regras e os consumidores".
Jorge Félix considerou que a Altice também não tem razão de queixa em relação aos ganhos pois Portugal é dos países europeus onde se paga mais caro as telecomunicações.
"Por exemplo, no Reino Unido, os ganhos das empresas estão em 20%, cá, no caso de empresas como a Altice, ganham 40%", disse.
O sindicalista reafirmou que "o Governo deve atuar, principalmente o senhor primeiro-ministro tem que dizer alguma coisa nesta fase".
Em 22 de junho, a dona da Meo anunciou que iria avançar com um despedimento coletivo, uma decisão que classificou de "difícil", mas "indispensável, essencialmente devido ao contexto muito adverso" que se vive no setor das telecomunicações.
A empresa liderada por Alexandre Fonseca elencou então "o ambiente regulatório hostil, a falta de visão estratégica do país, o contínuo, lamentável e profundo atraso do 5G [quinta geração], bem como a má gestão deste dossiê, e ainda as múltiplas decisões unilaterais graves da Anacom e de outras autoridades, sempre com a cobertura da tutela, e que ao longo dos últimos quatro anos destruíram significativamente valor".
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