Sofre de fígado gordo? Este tipo de exercício físico acaba com o problema
Inúmeros estudos - e o senso comum - indicam que atividades físicas ajudam na perda de gordura e na prevenção da obesidade e diabetes.
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Mas afinal, qual é o papel de força ou de musculação na ação destes distúrbios sobre um dos órgãos mais importantes e multifuncionais do corpo humano – o fígado?
Foi esta pergunta que motivou um estudo levado a cabo por brasileiros da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e da USP (Universidade de São Paulo) em parceria com colegas das universidades de Harvard e de Massachusetts College of Pharmacy and Health Sciences, nos Estados Unidos.
A pesquisa foi posteriormente publicada no periódico internacional Journal of Endocrinology.
Experiências realizadas com camundongos revelaram que 15 dias de treino moderado de força foram suficientes para diminuir a acumulação de gordura no fígado e melhorar o controlo da glicose ou de açúcar no sangue no organismo. É a primeira vez que um estudo demonstra os efeitos especificamente do treino muscular - e não exercícios aeróbicos, como caminhar e correr, por exemplo - neste órgão.
Para entender a descoberta e o que ela pode representar para o nosso quotidiano, é preciso primeiro entender as partes do corpo envolvidas, o seu funcionamento - e as disfunções.
O papel dos exercício
Reduzir a presença da gordura no órgão é algo fundamental para pacientes obesos e diabéticos.
Mas como fazê-lo?
Uma vez que os efeitos da redução de peso e dos exercícios aeróbicos na eliminação da gordura em todo o organismo já são bem conhecidos, Pereira de Moura, professor da Unicamp e coordenador da pesquisa e a sua equipa decidiram testar o papel dos exercícios de força especificamente no fígado.
Como queriam saber o papel da atividade muscular, realizaram testes com cobaias garantindo que não haveria perda de peso.
Os camundongos, manipulados sob as regras da legislação brasileira e da avaliação do comité de ética da Unicamp no que diz respeito a pesquisas com animais, foram divididos em três grupos: o grupo de controle recebeu uma ração padrão e não fez exercícios; outro recebeu dieta hiperlipídica (35% de gordura) e também não fez exercícios; o último grupo também teve a dieta hiperlipídica mas, quando já havia ficado obeso e diabético, fez exercícios de força por 15 dias.
No final da experiência, este grupo (cobaias que haviam realizado exercício) ainda estava obeso, mas tinha valores normais de glicemia em jejum; também apresentou redução de 25-30% na gordura no fígado. Já os obesos sedentários permaneceram diabéticos.
Agora, os próximos passos dos investigadores devem incluir testes com humanos e pesquisar por detalhes sobre como este impacto positivo do exercício muscular acontece. Segundo Leandro Moura, a chave para isso deverá estar no papel de certas proteínas que temos no corpo.
"Está a ser investigado o papel das chamadas 'exercinas', proteínas libertadas para o sangue durante o exercício físico. Quando libertadas para o organismo, elas atuam em diferentes órgãos: cérebro, fígado, pulmões...", explica.
Eventualmente, confirmando-se as propriedades destas proteínas, a equipa vislumbra até sintetizá-las, transformando-as em remédios, por exemplo. Mas, destaca o investigador, mesmo que estes fármacos venham a existir, a atividade física ainda seria fundamental.
"Estamos muito longe de entender a total funcionalidade do exercício físico. Temos não só o efeito biológico, mas o psicológico etc. Não podemos resumir isso tudo numa cápsula", diz o professor da Unicamp.
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