Investigadores da Universidade Estadual da Pensilvânia, nos Estados Unidos, correlacionaram o número de vezes que uma mulher dá à luz com o processo de envelhecimento físico do corpo, reporta um artigo publicado na prestigiada revista Galileu.

De acordo com o estudo, as mulheres que têm poucos ou muitos filhos envelhecem mais rapidamente, comparativamente às que deram à luz três ou quatro vezes.

"As nossas descobertas sugerem que a gravidez e o nascimento podem contribuir para a mudança e desregulação de vários sistemas fisiológicos diferentes que podem afetar o envelhecimento quando uma pessoa está na pós-menopausa", explicou Talia Shirazi, autora do estudo.

"Tal é consistente com as mudanças metabólicas, imunológicas e endocrinológicas que ocorrem no corpo durante a gravidez e a lactação, bem como os vários riscos de doenças que estão associados à gravidez e ao investimento reprodutivo em geral", acrescentou. 

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Há muito que é sabido que a gravidez e a amamentação consomem enormes quantidades de energia do corpo, podendo afetar o ótimo funcionamento de vários sistemas do organismo, nomeadamente o metabolismo, a função imunológica ou a pressão arterial. 

Segundo a Galileu, para efeitos daquela pesquisa os cientistas basearam-se em dados de 4.418 participantes na Pesquisa Nacional de Exame de Nutrição e Saúde do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos. As informações recolhidas continham dados sobre a saúde reprodutiva, número de nados vivos e se as mulheres já haviam experienciado ou não pela menopausa.

Sendo que o envelhecimento biológico foi quantificado tendo em conta nove biomarcadores projetados para avaliar a saúde metabólica, função renal e hepática, anemia e distúrbios de glóbulos vermelhos, função imunológica e inflamação do organismo.

Este processo de estudo, permitiu que os investigadores detetassem uma relação 'em forma de U', isto é, aquelas que relataram zero, ter poucos filhos ou muitos, apresentaram marcadores de envelhecimento biológico mais céleres do que aquelas que reportaram três ou quatro nascidos vivos. 

Shirazi salienta que por agora não é possível saber o que provocou essas correlações. Todavia, uma explicação provável é a presença, ou falta, de hormonas ovarianas na pós-menopausa.

"Pesquisas anteriores descobriram que, em geral, os hormonas ovarianos são protetores contra alguns processos de nível celular que podem acelerar o envelhecimento", contou a a investigadora. 

Concluindo: "portanto, é possível que em mulheres na pré-menopausa o efeito das hormonas esteja a neutralizar o potencial efeito negativo da gravidez e da reprodução na aceleração biológica da idade. E então, talvez, quando as hormonas acabarem, os efeitos podem manifestar-se", concluiu. 

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