Vírus que ataca planta evita cancro metastático em teste com roedores
Um novo estudo indica que tratamento com partículas virais de pés de feijão-frade (planta da família Vigna Unguiculata) atenua e previne a propagação de tumores e de melanoma em camundongos.
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Investigadores norte-americanos injetaram partículas do vírus em camundongos que sofriam de cancro da mama metastático ou de melanoma e constataram que tal preveniu e atenuou a disseminação desses cancro até aos pulmões dos bichos, revela um estudo divulgado na revista científica Advanced Science e citado na revista Galileu.
Os investigadores da Universidade da Califórnia em San Diego, nos Estados Unidos, pretendiam manipular o vírus do feijão-frade de forma a impulsionar o organismo a destruir as células tumorais. Apesar do micróbio não ser infecioso, tem a capacidade de alertar o sistema imunológico de modo a auxiliar na defesa dos pulmões.
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Segundo a revista Galileu, os especialistas criaram nanopartículas virais em laboratório que atingissem a proteína S100A9, que ajuda a combater infeções pulmonares. Mais ainda, essa proteína também atenua a propagação do tumor cancerígeno quando presente em grande quantidade.
Para efeitos daquela pesquisa, os investigadores injetaram nanopartículas virais na corrente sanguínea de roedores saudáveis e células de cancro da mama ou melanoma nessas cobaias. Os ratos tratados com o vírus de feijão-frade apresentaram uma redução dramática na proliferação do cancro até aos pulmões.
Adicionalmente, os cientistas trataram animais que já haviam adoecido naturalmente com cancros metastáticos que lhes afetavam os pulmões. E detetaram que os tumores diminuíram e os roedores sobreviveram por mais tempo, comparativamente aos animais que não foram sujeitos à mesma terapia.
As nanopartículas do vírus terão assim atuado nos pulmões, recrutando células imunológicas.
"Estas podem alterar o microambiente tumoral para se tornarem mais adeptas a combater o cancro – isso inclui não apenas tumores já estabelecidos, mas também futuros tumores", partilhou num comunicado Eric Chung, aluno de doutoramento. em bioengenharia que colaborou com o estudo.
De acordo com a Galileu, antes do tratamento ser oferecido a pacientes humanos, os cientistas querem realizar estudos adicionais sobre imunotoxicidade e farmacologia. Esperam também combinar o método do vírus do feijão-frade com outros tratamentos, tais como quimioterapia, radioterapia e medicamentos.
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