Formação de coágulos. Afinal, qual é a relação entre trombose e Covid-19?
A correlação cada vez mais prevalecente entre a Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, e casos de surgimento de trombose tem sido amplamente estudada pela comunidade médica global.
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Há muito que é sabido que determinadas patologias podem propiciar a formação de coágulos no corpo humano, que por sua vez podem se propagar por múltiplos órgãos, incluindo o coração, cérebro e pulmões, além do potencial para causarem casos de enfarte e de acidente vascular cerebral (AVC), reporta um artigo publicado na CNN.
Perante o desenrolar da pandemia da Covid-19 e à medida que se vai sabendo mais sobre a doença pandémica, os cientistas têm investigado quais os mecanismos utilizados pelo SARS-CoV-2 durante a infeção podem levar à hipercoagulação do sangue.
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De acordo com a CNN, um dos fatores associados aos casos mais severos de Covid é a reação exacerbada do processo de inflamação do organismo. Por outras palavras, a produção descontrolada de substâncias inflamatórias e da trombina, aquela que é uma enzima específica envolvida no processo de coagulação, pode explicar a correlação perigosa entre as duas condições clínicas.
Um estudo realizado na Holanda identificou complicações associados à formação excessiva de coágulos em 16% de 184 pacientes internados nos cuidados intensivos, incluindo casos de embolia pulmonar, AVC e trombose venosa.
Entretanto, um outro levantamento também feito na Holanda determinou que o risco de trombose em doentes que sofrem de Covid-19 duplica em comparação a pessoas com gripe comum.
Em múltiplos estudos realizados com pessoas que morreram vítimas do novo coronavírus, investigadores registaram danos notórios no tecido que reveste os vasos sanguíneos, o endotélio. Os especialistas afirmam que o vírus invade as células endoteliais, e a inflamação do tecido favorece um estado potencialmente fatal de hipercoagulação.
Adicionalmente, um grupo de cientistas brasileiros, refere a CNN, defende que a Covid-19 seja classificada como febre viral trombótica, ao invés da classificação atribuída atualmente de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Os especialistas defendem que existem evidências robustas de hipercoagulação por consequência da patologia presentes em diversos estudos. Esta recomendação terá sido instruída num artigo publicado na revista científica Memórias do Instituto Oswaldo Cruz.
Apesar de no começo de 2021, terem surgido suspeitas de que diferentes vacinas poderiam estar relacionadas a casos raros de formação de coágulos sanguíneos, a maioria dos estudos alerta que as chances de desenvolvimento de trombose são superiores em indivíduos que adoeceram de Covid-19, relativamente a indivíduos vacinados.
Um dos mais amplos estudos sobre o tema, publicado no British Medical Journal, analisou dados de 29 milhões de pessoas vacinadas com a Pfizer ou AstraZeneca, entre dezembro de 2020 a abril de 2021. Esses dados foram cruzados com as informações de aproximadamente dois milhões de pessoas diagnosticadas com o novo coronavírus.
Segundo o estudo, o risco de formação de trombose venosa é quase 200 vezes superior devido à doença da Covid-19, do que um evento adverso da vacinação com a AstraZeneca, por exemplo.
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