Eurodeputados visitam Tirana e condenam boicote parlamentar
Um grupo de eurodeputados, de visita a Tirana, considerou hoje "inaceitável" o boicote do parlamento albanês pela oposição e exortou ao diálogo para ultrapassar a atual crise política e não prejudicar o futuro europeu do país.
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Mundo Oposição
Um grupo de eurodeputados, de visita a Tirana, considerou hoje "inaceitável" o boicote do parlamento albanês pela oposição e exortou ao diálogo para ultrapassar a atual crise política e não prejudicar o futuro europeu do país.
"O boicote do parlamento por parte de representantes do povo é um muito mau sinal, mina a credibilidade do Estado e da nação", declarou Tunne Kelam, chefe de uma delegação de eurodeputados que se deslocaram à capital da Albânia.
Kelam referia-se à decisão das forças da oposição, liderada pelo Partido Democrático (PDSh, direita), que decidiram abandonar de forma coordenada os seus lugares no parlamento nacional e têm dirigido as manifestações antigovernamentais para derrubar o primeiro-ministro socialista Edi Rama, que acusam de corrupção e ligações ao crime organizado.
Os eurodeputados reafirmaram o apoio do Parlamento Europeu à abertura de negociações de adesão da Albânia à União Europeia em junho, mas sublinharam que deverão ocorrer previamente "negociações internas, diálogo interno", segundo referiu Cristian Preda, um dos sete eurodeputados da delegação.
Para Kelam, a "cooperação no interior do país é vital" para a aplicação de diversas reformas, condição necessária para a abertura das negociações de adesão.
Entre as medidas exigidas, incluiu-se uma reforma judicial, o combate à corrupção, ao crime organizado e à produção e tráfico de droga.
A oposição de centro-direita e centro-esquerda considera o parlamento ilegítimo e reafirma que emanou em 2017 de eleições fraudulentas.
Os manifestantes pedem a formação de um governo de transição para organizar eleições antecipadas.
Pelo contrário, os eurodeputados sustiveram que "o parlamento é legítimo" porque saiu de "eleições legítimas".
Em dois dos três protestos organizados pela oposição nas últimas semanas, registaram-se tentativas de assalto à sede do Governo e do parlamento, protestos que a polícia reprimiu com gás lacrimogéneo e com um balanço de dezenas de feridos.
Os eurodeputados condenaram a violência e afirmaram que estas atuações "terão consequências na discussão do Conselho Europeu de junho".
No decurso da sua visita a Tirana, a delegação do PE reuniu-se com o primeiro-ministro, Edi Rama, o presidente do parlamento, Gramoz Ruci, o ministro do Interior, Sander LLeshaj, e ainda com representantes da oposição.
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