Conselho Europeu de Investigação financia combate a desinformação
O Conselho Europeu de Investigação atribuiu uma bolsa à investigadora portuguesa Joana Gonçalves de Sá, para desenvolver uma "ferramenta que liga privacidade a desinformação", segundo um comunicado hoje divulgado.
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Mundo Desinformação
Assim, a bolsa será dirigida ao projeto 'Fake News Recommendations - an Auditing System of Differential Tracking and Search Engine Results' (FARE_AUDIT), lê-se na mesma nota, que indica ainda que "Joana Gonçalves de Sá é investigadora no LIP -- Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas, e coordenadora do Laboratório de Física Social e Complexidade -- SPAC, que utiliza técnicas experimentais e computacionais para estudar o comportamento humano".
Este projeto "propõe uma ferramenta simples e escalável para auditar motores de busca 'online', aumentando a transparência e reduzindo os seu(s) impacto(s) na disseminação de desinformação", lê-se na mesma nota, que acrescenta que, "em particular, os investigadores irão gerar diferentes históricos de navegação (por exemplo, de utilizadores que normalmente visitam 'sites' de desinformação e de utilizadores que tendem a visitar principalmente 'sites' de notícias neutros ou de alta credibilidade) e testar como os algoritmos de diferentes motores de busca usam esse histórico para selecionar e ordenar os resultados da pesquisa".
De acordo com a mesma nota, "o método desenvolvido pelos investigadores para auditar os sistemas de rastreamento ('online tracking') e os algoritmos dos motores de busca não depende de dados reais de utilizadores, protegendo assim a sua privacidade", sendo que "este projeto também permitirá a cidadãos interessados testar de que forma diferentes perfis ou históricos de navegação alteram os resultados dos motores de busca".
"Os cidadãos recorrem cada vez mais à internet para obter informação e é de conhecimento geral que as redes sociais, como o Facebook ou o TikTok, têm algoritmos que promovem as publicações de acordo com as preferências anteriores dos utilizadores", disse Joana Gonçalves de Sá, citada no comunicado.
"Do ponto de vista do utilizador, isso é uma forma relativamente passiva de se ser exposto a desinformação, mas as pessoas também a procuram ativamente, principalmente nos motores de busca, como o Google ou o Bing", referiu, adiantando que "os algoritmos dos motores de busca usam informação dos utilizadores para personalizar os resultados que oferecem", sendo que os investigadores querem "saber como é que isso torna as pessoas mais ou menos propensas a ser direcionadas para conteúdo de baixa credibilidade".
As bolsas do Conselho Europeu de Investigação "apoiam investigadores que demonstrem um percurso científico de excelência, permitindo-lhes consolidar a sua carreira científica e o seu grupo de investigação", detalha o comunicado.
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