"Espécies icónicas". ONG pedem à Tanzânia que proíba a caça de elefantes
Especialistas, Organizações não Governamentais (ONG) ambientais e autoridades quenianas pediram à Tanzânia para proibir a caça aos elefantes depois de, nos últimos meses, terem sido mortas "espécies icónicas", provavelmente algumas das maiores do mundo.
© Reuters
Mundo Tanzânia
"Nós, a comunidade global de conservacionistas, entusiastas da vida selvagem e cidadãos preocupados apelamos urgentemente à presidente da Tanzânia, Samia Suluhu Hassan, para proibir imediatamente a caça dos elefantes", referem num documento conjunto.
A população de elefantes, partilhada com o Quénia, está sob grave ameaça, após a emissão de novas licenças de caça que interrompem um acordo que foi assinado há 30 anos e é vital para a sua conservação, sublinham.
O documento, assinado por ONG como a Amboseli Trust for Elephants, Wildlife Direct e Elephant Voices, foi elaborado depois de caçadores desportivos terem matado três elefantes machos com presas que pesavam mais de 40 quilos e que, desde o final de 2023, costumavam vaguear entre o sul do Quénia e o norte da Tanzânia.
"Apelamos aos nossos homólogos da Tanzânia para que considerem cuidadosamente as implicações a longo prazo destas ações e que se juntem a nós na preservação do nosso património cultural partilhado para as gerações vindouras", adiantou na sexta-feira o governador do condado queniano de Kajiado, Joseph Ole Lenku, em comunicado.
A ONG Elephant Voices acredita que só existem cerca de 20 elefantes machos com presas com mais de 40 quilos, conhecidos como "grandes presas" ou "super presas", vivendo a maioria no ecossistema Amboseli devido à "composição genética particular" desta população.
"Ao matar estes elefantes, os caçadores não só estão a prejudicar as sociedades desta espécie, assim como o futuro genético da população Amboseli", ressalvou.
Além disso, estudos realizados por especialistas de organizações como o Amboseli Trust for Elephants mostraram que estes elefantes, a maioria deles com mais de 30 e 40 anos, continuam apesar da idade a reproduzir-se com outras fêmeas.
O número destes animais em África diminuiu 60% nos últimos 50 anos, segundo dados da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), que pressionou a instituição a declará-los em perigo de extinção.
As principais ameaças são a perda dos seus habitats e a caça furtiva incentivada pela procura de marfim, especialmente de alguns países asiáticos.
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