Polícia da Tanzânia acusada de cumplicidade em mortes em mina de ouro
A Human Rights Watch (HRW) acusou hoje o Governo tanzaniano e a polícia que vigia a mina de ouro de North Mara, pertencente à canadiana Barrick Gold, de cumplicidade no assassínio de pelo menos seis pessoas.
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Mundo Tanzânia
Em comunicado, a organização de defesa dos direitos humanos afirmou que as autoridades tanzanianas deveriam lançar uma investigação independente sobre os homicídios e assédio de residentes do distrito de Tarime, onde a mina está localizada, no norte da Tanzânia, onde têm existido confrontos entre as forças da ordem e a população local.
"O número crescente de mortes não contabilizadas relacionadas com a mina de ouro de Mara do Norte reflete um padrão preocupante de impunidade por abusos que deve ser abordado", disse Oryem Nyeko, investigador sénior da HRW para a Tanzânia.
Nyeko sublinhou que as autoridades tanzanianas não devem varrer estas mortes para "debaixo do tapete", mas criar salvaguardas para garantir que os responsáveis sejam levados à Justiça.
O Governo tanzaniano chegou a um acordo em 2014 com a mina para que 110 polícias monitorizassem as operações de segurança.
A HRW disse que grupos de direitos humanos e membros da comunidade relataram que estes agentes espancaram, dispararam, torturaram e detiveram "sem acusação" residentes de áreas próximas da mina, que a polícia acusa de invasão e mineração ilegal.
John Heche, um antigo deputado do distrito de Tarime, disse à Human Rights Watch que há alguns anos que se registam estes assassínios, mas nunca a esta escala. E que as pessoas estão a ser baleadas quase todos os dias.
A Barrick Gold, sediada em Toronto, e o Governo da Tanzânia são coproprietários da mina desde 2019, mas as organizações de direitos humanos acusam-nos de desrespeitar o povo indígena Kuria, que há séculos desenvolve atividades mineiras em pequena escala.
Em 2022, 21 tanzanianos processaram a empresa num tribunal canadiano, acusando a Barrick Gold de ser cúmplice de execuções extrajudiciais e espancamentos de residentes pela polícia destacada para a mina.
Os queixosos alegaram que a empresa se apropriou da polícia como "uma força de segurança privada e fortemente armada".
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