Oposição da Tanzânia apela à libertação de dirigentes detidos
O principal partido da oposição da Tanzânia apelou à libertação de vários dos seus dirigentes, incluindo Freeman Mbowe e Tundu Lissu, que foram detidos antes de uma manifestação anunciada para hoje.
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Mundo Tanzânia
Esta vaga de detenções suscitou a preocupação das organizações de defesa dos direitos humanos e da oposição do país, que denunciaram um regresso às práticas autoritárias do antigo Presidente John Magufuli, que morreu em março de 2021, depois da sua sucessora Samia Suluhu Hassan, ter dado sinais de abertura.
O partido Chadema devia realizar hoje um comício para assinalar o Dia Internacional da Juventude na cidade de Mbeya, no sudoeste do país, onde milhares de jovens eram esperados sob o lema "Tomem o vosso futuro nas vossas próprias mãos".
No domingo, a polícia anunciou a proibição do comício em Mbeya, invocando o risco de violência e, no mesmo dia, o vice-presidente do partido, Tundu Lissu, e dois outros dirigentes foram detidos à chegada à cidade.
O presidente do partido, Freeman Mbowe, e um membro da ala juvenil do partido foram hoje igualmente detidos no aeroporto de Songwe, a cerca de 20 km de Mbeya, anunciou o diretor de comunicação do partido, John Mrema.
Ele disse que cerca de 500 jovens apoiantes que se dirigiam para o comício foram também detidos e levados para casa pela polícia.
"Não podemos permitir que esta prática digna de Magufuli continue no nosso país", denunciou o secretário-geral adjunto do Chadema para a Tanzânia continental, Benson Kigaila, numa conferência de imprensa realizada hoje.
"Queremos saber o paradeiro dos dirigentes do nosso partido que foram detidos", acrescentou, afirmando ter "informações de que dirigentes do partido foram espancados".
Outro partido da oposição, o ACT Wazalendo, condenou "veementemente" as detenções, que "reacendem os receios de um rápido regresso a um ambiente repressivo que impede os partidos políticos da oposição de exercerem livremente as suas atividades".
Estas ações constituem "uma ameaça (...) para a democracia multipartidária no país", declarou em comunicado.
A Coligação Tanzaniana de Defensores dos Direitos Humanos, uma rede de mais de 250 organizações, apelou à libertação incondicional de todos os detidos.
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