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Tribunal do Senegal confirma perpétua de jornalista por massacre de 2018

Um tribunal de recurso do Senegal confirmou hoje a condenação a prisão perpétua de um jornalista, e absolveu um membro da rebelião de Casamansa, julgados pelo massacre de 14 homens no sul do Senegal em 2018.

Tribunal do Senegal confirma perpétua de jornalista por massacre de 2018
Notícias ao Minuto

17:49 - 29/08/24 por Lusa

Mundo Senegal

O jornalista René Capain Bassène, considerado o autor do massacre - o que ele nega - permanecerá na prisão depois da sua sentença ter sido confirmada hoje pelo Tribunal de Recurso de Ziguinchor, Casamansa, disse à agência de notícias AFP o seu advogado Ciré Clédor Ly.

 

A 6 de janeiro de 2018, catorze homens, incluindo três cidadãos da Guiné-Bissau, que tinham ido cortar madeira na floresta protegida de Bayotte, perto da cidade de Ziguinchor, foram cercados e depois mortos a sangue frio por indivíduos armados.

Os homens foram atacados pelos rebeldes independentistas que lutam pela separação daquela província do resto do Senegal e os três guineenses foram mortos, juntamente com os madeireiros, nas matas de Boffa, da aldeia de Boutoupa Camarakunda, zona próxima da fronteira entre a Guiné-Bissau e o Senegal.

Em 13 de junho de 2022, os arguidos foram julgados e condenados por 14 crimes, incluindo conspiração criminosa, participação em movimento insurrecional e cumplicidade em homicídio.

Na altura dos acontecimentos, René Capain Bassène trabalhava no departamento de comunicação de uma agência para a reconstrução da Casamansa.

Omar Ampoï Bodian, membro do Movimento das Forças Democráticas de Casamança (MFDC, rebelião pró-independência), condenado a prisão perpétua em primeira instância, em junho de 2022, foi hoje "absolvido com o benefício da dúvida em todas as acusações" e será libertado da prisão, acrescentou Ly.

Os dois homens, que estão na prisão desde janeiro de 2018, foram acusados de homicídio e de insurreição armada.

Na audiência de recurso de 24 de julho, a acusação tinha pedido a confirmação das sentenças proferidas pelo tribunal de Ziguinchor.

César Atoute Badiate, líder de uma fação militar do Movimento das Forças Democráticas de Casamança (MFDC, grupo de rebeldes pró independência), julgado à revelia e ainda em liberdade, foi igualmente condenado a prisão perpétua em junho de 2022 por homicídio e insurreição armada, num julgamento onde 16 pessoas foram condenadas por assalto à mão armada, homicídio, tomada de reféns, rapto, insurreição armada e conspiração criminosa relacionada com o massacre.

Casamansa, separada do norte do Senegal pela Gâmbia, foi palco de um dos conflitos mais longos do continente desde que os independentistas passaram à clandestinidade em dezembro de 1982.

Depois de ter feito milhares de vítimas e de ter devastado a economia, o conflito diminuiu consideravelmente de intensidade, mas continua.

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