Centenas de bombeiros sapadores ocuparam, esta quarta-feira, as escadarias da Assembleia da República, em Lisboa, enquanto a polícia formava um cordão à entrada do Parlamento. O objetivo era protestar por uma regulamentação de trabalho, pela reforma aos 50 anos e por um regime de avaliação específico, entre outras condições de trabalho.
Durante os protestos, que começaram pelas 12h00 com latas de fumo, os manifestantes incendiaram vários pneus e queimaram um fato de trabalho dos bombeiros.
Às 12h30 cantaram o hino nacional, depois de terem gritado uma única palavra de ordem: "Sapadores". "Tenham dignidade e respeito pela nossa profissão", ouvia-se também.
Ao fundo da escadaria, os manifestantes incendiaram vários pneus e queimaram um fato de trabalho dos bombeiros.
Às 13h20, um caixão branco foi levado em braços para a porta do parlamento enquanto os manifestantes gritavam a palavra "vergonha", responsabilizando os decisores políticos pela situação da classe.
À frente das centenas de sapadores fardados, um grupo de manifestantes envergava t-shirts negras com a inscrição "Sapadores em Luta".
Uma cruz e tarjas com frases como "bombeiros sapadores em luta. Esqueceram-se de nós!... outra vez..." ou "sabes quem vai salvar o teu filho" estavam colocadas à frente do protesto.
Em declarações à imprensa, o presidente do Sindicato Nacional dos Bombeiros Sapadores (SNBS), Ricardo Cunha, afirmou que os profissionais querem que "o Governo, de uma vez por todas, regulamente a carreira dos bombeiros sapadores, [...] que seja igual em qualquer parte do país".
O sindicato dos bombeiros sapadores responsabilizou hoje o Governo por o protesto diante do parlamento ter ido além do que estava autorizado, com centenas de manifestantes a invadirem a escadaria e a obrigar à intervenção da polícia.
Lusa | 13:41 - 02/10/2024
Segundo o líder sindical, na origem do protesto está a ausência de valorização salarial das carreiras não revistas da Função Pública e um compromisso de 2023 do anterior Governo para efetuar essa valorização com retroatividade a janeiro de 2023 que não foi cumprido e que o atual Governo também não concretizou, apesar do alerta feito pelo sindicato em maio.
Para Ricardo Cunha, "parece que o Governo estava à espera de que isto acontecesse", aludindo ao aparato dos protestos diante da Assembleia da República. "Se era disso que estava à espera, acabou por acontecer", observou.
Ministra garante que negociações com bombeiros decorrem "a bom ritmo"
A ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, afirmou, numa declaração aos jornalistas após a reunião do Conselho de Ministros, que as reivindicações dos bombeiros "duram há 22 anos" e assegurou que "as conversações estão a decorrer num bom ritmo".
"É à mesa das negociações que se fazem os acordos e este Governo tem dado provas disso", sublinhou a governante.
"Os bombeiros sapadores que estão a manifestar-se em frente à Assembleia da República são bombeiros cujo patrão não é Estado, são bombeiros que dependem das autarquias", acrescentou, ainda.
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