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Oposição deixa aviso sobre mudança de lei do trabalho em funções públicas

O PS avisou hoje que não passa "cheques em branco" aos pedidos de autorização legislativa do Governo, enquanto BE, PCP e Chega alertaram que não se muda lei do trabalho em funções públicas "à margem ou nas costas do parlamento".

Oposição deixa aviso sobre mudança de lei do trabalho em funções públicas
Notícias ao Minuto

28/11/24 14:19 ‧ Há 2 Horas por Lusa

Política Orçamento do Estado

Durante o debate na especialidade, a líder parlamentar do PS fez referência à "fragmentação" da Assembleia da República e ao facto de o Governo não ter maioria absoluta para sublinhar que, neste cenário, "pedir autorizações legislativas" "que não trazem sequer associado o decreto-lei" é "pedir um cheque em branco". Para isso, "não podem contar com o PS", avisou Alexandra Leitão.

 

O secretário-geral do PS já tinha adiantado, em entrevista à Antena 1 e ao Jornal de Negócios, que, "por uma questão de princípio" iria votar contra todos os pedidos de autorização legislativa que constam no Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), incluindo o que visa alterar a lei do trabalho em funções públicas, nomeadamente no que toca aos regimes de doença, mobilidade, greve e férias na função pública.

Já a secretária de Estado da Administração Pública explicou aos deputados, que o Governo apresentou este pedido de autorização legislativa com o intuito de "harmonizar e clarificar regras já existentes na Lei Geral de Trabalho em Funções Públicas", de modo a "agilizar e a assegurar maior eficiência e eficácia dos serviços" públicos e salvaguardando os "interesses dos trabalhadores da administração pública".

Em linhas gerais, Marisa Garrido indicou que este pedido abrange a "uniformização das regras de certificação da doença para os trabalhadores do regime de proteção social convergente com o do regime geral", a agilização dos processos de mobilidade e a consolidação da remuneração, bem como "a obrigação da formalização de comunicação do aviso prévio de greve pelos sindicatos também à Direção Geral da Administração e Emprego Público", sublinhando ainda que o Governo já reuniu com os sindicatos sobre esta matéria e sobre o pedido de autorização legislativa relativamente ao SIADAP.

Num pedido de esclarecimento à intervenção da secretária de Estado da Administração Pública, José Soeiro acusou o Governo de "total incompetência e uma total falta de talento" neste processo, nomeadamente ao não clarificar no OE2025 a sua intenção no pedido de autorização legislativa, que vai ser votado hoje à tarde.

Mais tarde, "o PSD tentou corrigir" o "tiro do Governo" através de uma proposta de alteração, "mas continua a não apresentar o que quer alterar na lei", continuando este "a não ter nenhum diploma em concreto", disse o deputado bloquista, acusando o executivo de "brincar com o parlamento".

"É ao parlamento que cabe, se assim entender, mudar a lei", avisou José Soeiro, defendendo ainda que estes pedidos devem ser chumbados. "(...) não se muda a lei do trabalho, nem no setor privado, nem no setor público, nem a lei geral do trabalho em funções públicas, à margem ou nas costas do parlamento, muito menos sobre aspetos centrais", atirou.

Também o PCP frisou que estas matérias "não podem ser subtraídas à discussão" na AR e que as alterações lei do trabalho em funções públicas são "omissas" quanto ao "objeto, sentido e a extensão das alterações pretendidas".

Alfredo Maia disse ainda não poder passar "um cheque em branco a um Governo que, além do mais, insiste num modelo injusto de quotas", referindo-se ao projeto-piloto do SIADAP.

Também Pedro Pinto, do Chega, sublinhou que o parlamento se fez "para discutir" e para "tratar das leis", defendendo, por isso, que o partido tem "muitas dúvidas em relação às alterações legislativas que são propostas" no OE2025.

Em defesa do Governo, o deputado social-democrata Francisco Pimentel indicou que o Governo já clarificou "aquilo que pretende" e que o pedido visa em "três áreas que interessam aos serviços públicos, mas também aos trabalhadores".

Segundo o deputado, aprovar este pedido "significa confiar e apostar na competência e na capacidade do Governo e sindicatos em negociar e chegar a acordo em matérias de interesse comum".

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