"Exigências" para ficar na Marinha (e 'desistir' de Belém)? "Ridículo"
Almirante garante não ter exigido "nada" para ficar mais dois anos na Armada e considera mesmo que essa ideia é "um bocado ridícula".
© Global Imagens
País Gouveia e Melo
O chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA), Henrique Gouveia e Melo, negou ter feito exigências para ficar mais dois anos na Armada e 'desistir' da candidatura à Presidência da República, como avançou o semanário Expresso esta quinta-feira. Em declarações aos jornalistas em Lesbos, na Grécia, onde está acompanhado pelo ministro da Defesa, Nuno Melo, o almirante chegou mesmo a afirmar que considera essa ideia "um bocado ridícula".
"A primeira coisa é que eu não exigi nem exijo nada. Ponto final. Parágrafo. A segunda coisa: sobre os meus estados de espírito, não vou alimentar especulações - segundo ponto final e segundo parágrafo. Isso é uma ideia um bocado acho que ridícula", afirmou Gouveia e Melo.
O Expresso escreve, sem citar fontes, que o Presidente da República gostava de reconduzir o almirante Gouveia e Melo por mais dois anos no cargo de chefe do Estado-Maior da Armada - para lhe travar uma candidatura presidencial.
Contudo, acrescenta o jornal, "o militar, que continua a liderar as sondagens para Belém, só aceitará ficar à frente da Marinha se tiver garantias de que o Governo vai aumentar o investimento de forma significativa na força naval portuguesa".
Questionado pelos jornalistas se a sua disponibilidade para ficar mais dois anos como CEMA - o mandato termina a 27 de dezembro - depende do reforço de meios da Marinha, Gouveia e Melo recusou: "Não, é não, é não".
"O meu futuro está condicionado pela minha cabeça"
Instado a responder sobre se um eventual reforço de meios condicionaria uma decisão sobre o seu futuro, nomeadamente uma candidatura presidencial, Gouveia e Melo insistiu que não.
"Não, o meu futuro está condicionado pela minha cabeça, pelo que eu acho que devo fazer e como devo contribuir para a sociedade portuguesa", acrescentou.
Gouveia e Melo recusou clarificar se tenciona ou não apresentar uma candidatura às eleições presidenciais, sublinhando que os militares no ativo devem separar essas funções "de qualquer especulação sobre um futuro que ninguém sabe o que vai ser e é um futuro incerto".
Ainda questionado sobre as sondagens que o colocam bem posicionado numa corrida presidencial, Gouveia e Melo disse que não se orienta por sondagens porque "qualquer pessoa que se oriente pelas sondagens pode ter surpresas".
"A decisão está na minha cabeça. Essa decisão não é revelada porque não tenho que revelar. Não alimento estados de espírito nem especulação", disse Gouveia e Melo.
O almirante Henrique Gouveia e Melo, 63 anos, tomou posse como chefe do Estado-Maior da Armada a 27 de dezembro de 2021 e termina o seu mandato de três anos em dezembro de 2024. Os mandatos dos chefes militares podem ser prorrogáveis por dois anos.
[Notícia atualizada às 11h12]
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