E segundo os cientistas, a teoria da evolução das espécies ajuda a explicar o porquê de tal acontecer. A pesquisa baseada na inclinação de todos os seres vivos para procurarem o ‘acasalamento ideal’, indica que o sucesso reprodutivo assenta num balanço delicado entre encontrar parceiros semelhantes aos indivíduos em questão, ao mesmo tempo que se evita – por questões morais e genéticas – cometer incesto ou praticar consanguinidade. E como tal, e de acordo com os cientistas envolvidos neste estudo, o ser humano evoluiu de forma a contornar essa questão e a encontrar um equilíbrio ideal.

“Pesquisas anteriores já tinham revelado que os indivíduos em geral tendem a procurar parceiros que são de algum modo semelhantes aos pais”, explica Tamsin Saxton, professora na Universidade de Northumbria e uma das autoras do estudo, em declarações à publicação Broadly Vice.

Muitos cientistas já haviam teorizado que os traços faciais dos progenitores são um ponto de referência quando se trata da busca de um parceiro. “E começámos a cogitar se essa teoria também se poderia aplicar aos irmãos. Como tal, queríamos testar se era possível detetar uma semelhança percetual entre o parceiro de alguém e os seus irmãos”.

Para efeitos daquela pesquisa, os investigadores pediram a 32 voluntárias, entre os 19 e os 40 anos, para que enviassem fotografias dos seus irmãos e dos parceiros. De modo a terem uma amostra adicional, os investigadores coletaram 48 imagens de irmãos e de parceiros de figuras públicas e celebridades.

Os académicos pediram a um grupo separado de voluntários para que fizessem corresponder as fotografias tendo como base a aparência dos indivíduos naqueles retratos. A ter em atenção, que este grupo não estava a par que as pessoas nas imagens tinham algum tipo de relação entre si. Por exemplo, os voluntários viram o retrato do irmão de uma mulher, e selecionaram quatro outras fotografias nas quais segundo eles esses homens se assemelhavam ao primeiro.

Os investigadores apuraram que cerca de um terço destes indivíduos selecionou o parceiro da mulher em questão, como o homem mais semelhante ao irmão. “Se os voluntários tivessem escolhido inteiramente à sorte, então esperaríamos que um quarto das suas escolhas fosse a correta”, disse Saxton.

Posteriormente, uma análise mais sofisticada dos dados, tendo em conta a idade e outras variantes, concluiu que o grupo que avaliou as fotografias escolheu a combinação correta de ‘parceiro-irmão’ em 27% das ocasiões. Noutras palavras, o estudo apurou que é mais do que coincidência que as mulheres escolham namorados semelhantes aos irmãos.