Comissão quer 27 a olhar para África como olharam para a Ucrânia
A presidente da Comissão Europeia anunciou hoje uma estratégia para aproximar os 27 de África e defendeu que a União tem de demonstrar a mesma unidade para combater a instabilidade geopolítica naquele continente que demonstrou com a Ucrânia.
© REUTERS/Yves Herman
Mundo Ursula von der Leyen
"Precisamos de demonstrar a mesma unidade de propósito para com África que demonstrámos com a Ucrânia. Precisamos de nos concentrar na cooperação com governos legítimos e organizações regionais", advogou Ursula von der Leyen, durante o debate sobre o Estado da União, no Parlamento Europeu (PE), em Estrasburgo (França).
Von der Leyen recordou que a região africana do Sahel assistiu nos últimos dois anos a uma série de golpes militares e é hoje um dos pontos geopoliticamente mais instáveis do planeta, além de ser umas das que tem maior crescimento demográfico.
"É por isso que, em conjunto com o alto-representante [da UE para os Negócios Estrangeiros] Josep Borrell, vamos trabalhar para uma nova abordagem estratégica para levar à próxima cimeira UE-União Africana", anunciou.
A presidente da Comissão alertou para a necessidade de o fazer o quanto antes, porque a Rússia está "em simultâneo a influenciar e a beneficiar do caos" em África, enquanto a região "se tornou um terreno fértil para o crescimento do terrorismo".
Von der Leyen disse que todos os dias, com os conflitos, com as alterações climáticas e a instabilidade, há pessoas que "procuram refúgio noutros locais", entre eles na União Europeia.
"É necessário unidade dentro da União", advertiu.
E para a presidente da Comissão Europeia só é possível demonstrá-la com o Pacto das Migrações e Asilo: "Quando iniciámos funções parecia impossível encontrar consensos no horizonte, mas com o pacto estamos a criar um novo equilíbrio entre a soberania e a solidariedade, entre proteger as fronteiras e proteger pessoas, entre a segurança e a humanidade."
A presidente da Comissão fez um balanço de tudo o que foi alcançado durante o seu mandato, por exemplo, a "união contra o ataque híbrido lançado pela Bielorrússia, o trabalho "de perto" com os Balcãs Ocidentais "para reduzir os fluxos irregulares e a assinatura do acordo com a Tunísia que traz "benefícios mútuos além da migração, desde a energia e educação, às competências e segurança".
"Melhorámos a proteção nas fronteiras", concluiu.
[Notícia atualizada às 14h30]
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