UE denuncia "restrições a direitos" nas presidenciais do Zimbabué
A Missão de Observação Eleitoral da União Europeia (UE) nas eleições de agosto passado no Zimbabué apresentou hoje o seu relatório final e concluiu que "o processo restringiu os direitos fundamentais".
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Mundo Zimbabué
"Embora o dia das eleições tenha sido calmo, foi descrito como desordenado", disse o chefe da missão, o eurodeputado italiano Fabio Massimo Castaldo, durante a apresentação do relatório numa conferência de imprensa online.
"De um modo geral, o processo restringiu os direitos fundamentais e careceu de condições equitativas, o que foi agravado pela intimidação", disse Castaldo, que também destacou as "mentiras dos meios de comunicação social estatais" e a detenção de cidadãos para os impedir de exercer o direito de voto.
"Somos vítimas de campanhas de difamação e esta foi particularmente dura. Os meios de comunicação social controlados pelo governo contaram mentiras inaceitáveis e falsas e fizeram acusações muito desagradáveis sobre a integridade dos nossos observadores", disse o chefe da missão.
O eurodeputado italiano insistiu que foi o governo do Zimbabué que convidou a UE a observar estas eleições, mas que, "infelizmente, as condições desta missão apresentavam grandes desafios".
O relatório faz 21 recomendações ao governo do Zimbabué, incluindo que "é necessária uma reforma eleitoral abrangente para que a legislação esteja em conformidade com as normas regionais e internacionais do Zimbabué".
Em 26 de agosto, a Comissão Eleitoral do Zimbabué (ZEC) anunciou a vitória do Presidente Emmerson Mnangagwa com 52,6% dos votos escrutinados, enquanto o líder do principal partido da oposição, a Coligação de Cidadãos para a Mudança (CCC), Nelson Chamisa, ficou em segundo lugar com 44% dos votos.
Chamisa rejeitou esses resultados, alegando que os dados oficiais não coincidiam com a contagem do seu partido.
As eleições realizaram-se a 23 e 24 de agosto, após uma campanha marcada por ataques em comícios dos partidos da oposição, perseguição de dissidentes e pela acusação de líderes da oposição por motivos políticos, de acordo com organizações como a Amnistia Internacional (AI) e a Human Rights Watch (HRW).
Mnangagwa, com 81 anos, preside aos destinos do Zimbabué desde 2017, quando um golpe militar depôs o entretanto falecido Robert Mugabe.
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