Interpol fez este ano número recorde de detenções por crime informático
A operação anual da Interpol de luta contra fraudes informáticas teve este ano um resultado recorde, com mais de 5.500 detenções e 380 milhões de euros apreendidos em todo o mundo, segundo este organismo.
© Reuters
Mundo Interpol
A operação com o nome "HAECHI V" começou em julho e terminou no início de novembro e contou com a colaboração de 40 países, entre os quais Portugal, refere em comunicado a organização internacional de cooperação policial com sede em Lyon, França.
Foram visados sete tipos de fraude informática, como o 'phishing' vocal, burlas sentimentais, chantagens sexuais assim como jogos de azar ilegais que geram branqueamento de capitais.
Durante a operação, os investigadores sul-coreanos e da República Popular da China desmantelaram uma vasta rede de 'phishing' telefónico, utilizando procedimentos "sofisticados".
Nestes casos, os criminosos fizeram-se passar por representantes das forças da ordem para extorquir dinheiro aos interlocutores.
Mais de 1.900 vítimas identificadas perderam um total de quase 1,1 mil milhões de euros.
Os investigadores também descobriram um novo esquema criminoso através de criptomoedas.
Primeiro, foi oferecido às vítimas que comprassem 'stablecoins' de Tether, uma criptomoeda que se tornou popular através de plataformas digitais verdadeiras.
Em seguida, as vítimas recebiam uma hiperligação por correio eletrónico que lhes permitia criar o perfil de investidor, mas, sem saberem, os criminosos acediam desta forma às contas bancárias.
"Os efeitos da criminalidade através de meios cibernéticos podem ser devastadores: as pessoas perdem as poupanças de uma vida, as empresas ficam paralisadas e a confiança nos sistemas digitais e financeiros é abalada", afirmou o novo secretário-geral da Interpol, Valdecy Urquiza, numa declaração difundida hoje.
"Os nossos esforços não só levaram os criminosos à justiça, como também conduziram a progressos significativos na interceção e recuperação de fundos ilícitos", afirmou Jun Hyeong Lee, diretor do Gabinete Central da Interpol na Coreia do Sul.
Para a operação de 2024, a Interpol afirma ter quase duplicado o número de casos resolvidos na luta contra a fraude informática (mais de oito mil) em comparação com igual período no ano de 2023.
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