Presidente do parlamento libanês pede unidade após cessar-fogo
O presidente do parlamento libanês considerou hoje que a trégua entre o Hezbollah e Israel encerrou o capítulo "mais perigoso" do Líbano e iniciou uma fase de "esperança e reconstrução" para a qual pediu unidade.
© ANWAR AMRO/AFP via Getty Images
Mundo Médio Oriente
"O nosso povo conseguiu neutralizar os efeitos da agressão israelita, cuja bola de fogo parou hoje, para que possamos entrar numa nova fase", disse Nabih Berri, citado pela agência espanhola EFE.
"Encerrámos um capítulo histórico que foi o mais perigoso para o Líbano, ameaçando o seu povo e a sua história", afirmou, num discurso televisivo poucas horas depois da entrada em vigor do cessar-fogo entre o Hezbollah e Israel.
Berri, líder do influente movimento xiita Amal, é o principal interlocutor do Hezbollah para o acordo de cessar-fogo anunciado na terça-feira pelos Estados Unidos.
O acordo entrou em vigor às 04:00 de hoje locais (02:00 em Lisboa) e é válido por 60 dias, após mais de um ano de combates entre o Hezbollah, grupo xiita pró-iranino, e Israel, que causou milhares de mortos.
Berri apelou à rápida eleição de um Presidente da República no Líbano, um processo que está num impasse há mais de dois anos devido a divergências políticas, segundo a agência francesa AFP.
Apelou também para o rápido regresso das pessoas deslocadas e dos libaneses que fugiram do país.
As autoridades libanesas começaram hoje a reabilitar a passagem fronteiriça de Masnaa entre o Líbano à Síria, na expectativa do regresso dos libaneses que fugiram para o vizinho.
O Ministério das Obras Públicas começou a trabalhar de manhã cedo "para garantir a segurança pública" aos refugiados que regressam ao Líbano, reparando danos e buracos na rota, segundo a agência libanesa ANN, citada pela EFE.
A passagem de Masnaa é a principal que liga o Líbano à Síria, e através da qual mais de 400.000 mil libaneses fugiram para a Síria, de acordo com dados de outubro fornecidos pela ONU.
Nabih Berri prestou homenagem "ao mártir da nação, Hassan Nasrallah", o líder do Hezbollah que foi morto por Israel em 27 de setembro.
O presidente do parlamento disse que Nasrallah lhe "confiou a responsabilidade da resistência política".
"Precisamos urgentemente de unidade nacional entre todo o povo libanês", afirmou.
Agradeceu ainda a todos os que contribuíram para o cessar-fogo e apelou "a todas as fações e forças políticas para manterem o Líbano mais forte e mais unido".
"Este momento é um teste para todos os libaneses, de todas as fações, para salvar o seu país e proteger as suas instituições constitucionais", acrescentou.
O Hezbollah começou a bombardear de Israel a partir do sul do Líbano para apoiar o grupo extremista palestiniano Hamas, que atacou Israel em 07 outubro de 2023 e enfrenta, desde então, uma ofensiva israelita em Gaza.
Em setembro, Israel intensificou o bombardeamento do Líbano, a que se seguiu uma invasão do sul do país vizinho.
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