Brasil confiante que acordo UE-Mercosul avance com Von der Leyen
O ministro das Minas e Energia do Brasil disse hoje, em Lisboa, que há "uma boa expectativa" que o acordo União Europeia-Mercosul avance em dezembro, no Uruguai, com a presidente da Comissão Europeia na cimeira do bloco sul-americano.
© REUTERS/Valentyn Ogirenko
Mundo Mercosul-UE
Em declarações aos jornalistas, após a sua intervenção hoje de manhã no fórum sobre impactos económicos, sociais e para a justiça das litigâncias de massas, organizado pelo Fórum Integração Brasil Europa (FIBE), Alexandre Silveira disse que a expectativa é "muito boa" sobre a presença da presidente da Comissão Europeia, Úrsula Von Der Lyen, na próxima cimeira do Mercosul.
"Há uma grande expectativa, não só do Mercosul, mas também da esmagadora parte da União Europeia, que esse acordo avance com a presidente da Comissão Europeia na ida dela ao Uruguai", defendeu, alertando que "o contrário disso vai fazer com que se fortaleça acordos mais pontuais, por exemplo do Brasil com a China, do Brasil com países asiáticos, que serão uma opção de uma parceria já consolidada com o Mercosul".
A próxima cimeira do Mercosul decorre nos dias 05 e 06 de dezembro, no Uruguai, país que neste semestre ocupa a presidência rotativa do bloco sul-americano.
O acordo UE-Mercosul, que está a ser negociado há 25 anos, tem por objetivo criar uma das maiores zonas de comércio livre do mundo, abrangendo mais de 700 milhões de pessoas e quase 25% do PIB mundial.
O ministro brasileiro disse aos jornalistas que o Brasil "é um país muito plural, que dialoga com todos, que não tem contenciosos com ninguém", sendo assim "a autoridade mais bem posicionada para a construção dessa política que é importante e boa para todos".
E lamentou que, num mundo com assuntos transversais cada vez mais presentes, que "só são solucionados com o diálogo global", ainda existam, "infelizmente", países que "fecham mais os seus mercados, atuam com maior protecionismo".
"A gente sabe que isso tem tempo para acabar", porque "se fechando para essa realidade não se vai construir de forma sustentável a sua economia interna", sublinhou, numa alusão indireta a países como a França que não têm sido favoráveis ao acordo.
Alexandre Silveira realçou que "as contrapartidas estão dadas" pela parte do Brasil para este acordo, apontando as "condicionantes ambientais" colocadas em 2019, "para impedir que o acordo UE-Mercosul avançasse", e que o Brasil "cumpriu como nenhuma outra região do Sul global e como nenhuma região industrializada", explicou.
"Então nós esperamos agora que a União Europeia, que, na sua maioria, como é o caso de Portugal, Espanha, Alemanha, está defendendo o acordo do Mercosul com a UE, sensibilize aqueles que porventura, naturalmente para dar uma resposta política interna, ainda mantêm alguma resistência", destacou na conversa com os jornalistas.
O ministro disse ter "a maior convicção (...) de que não há salvação fora do diálogo permanente e da construção de políticas comuns para a resolução de problemas comuns", salientando: "Há uma grande expectativa que a gente vença esse histórico - já são 25 anos [de negociação] - Acordo União Europeia-Mercosul", concluiu.
O Mercosul - Mercado Comum do Sul é um bloco económico composto atualmente por quatro países da América do Sul.
Os países que formam o Mercosul são cinco: Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela. Este último, porém, encontra-se temporariamente suspenso do bloco.
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