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AI recorda à Rússia que bombardear infraestruturas energéticas é crime

A Amnistia Internacional condenou hoje a vaga de ataques russos às infraestruturas energéticas da Ucrânia, alertando que tais bombardeamentos constituem um crime de guerra, contribuindo para agravar as já "insuportáveis" condições de vida no país.

AI recorda à Rússia que bombardear infraestruturas energéticas é crime
Notícias ao Minuto

28/11/24 18:08 ‧ Há 2 Horas por Lusa

Mundo Ucrânia

A diretora da Amnistia para a região, Marie Struthers, declarou que "a devastação" causada por este e outros ataques evidenciam que a Rússia está a tentar "destruir" as instalações energéticas da Ucrânia.

 

Segundo a organização não-governamental de defesa dos direitos humanos, centenas de milhares de pessoas ficaram sem eletricidade durante pelo menos algumas horas devido aos bombardeamentos mais recentes.

A situação é preocupante com a aproximação do inverno, o terceiro desde que o Presidente russo, Vladimir Putin, deu ordens para invadir o país vizinho, em fevereiro de 2022.

"A destruição das infraestruturas energéticas significa que muitas escolas, hospitais e inúmeras habitações estão sem aquecimento ou água corrente", sublinhou Struthers num comunicado.

A responsável da Amnistia apelou para o fim "imediato" dos bombardeamentos e sustentou que a destruição deliberada de alvos civis ou de infraestruturas "indispensáveis à sobrevivência" equivale a um crime de guerra.

Por esta razão, instou a comunidade internacional a garantir não só a satisfação das necessidades humanitárias da população ucraniana, mas também que os responsáveis por tais abusos sejam chamados a prestar contas na justiça.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após o desmoronamento da União Soviética - e que tem vindo a afastar-se da esfera de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.

No terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas confrontaram-se com falta de soldados e de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais, que começaram entretanto a concretizar-se.

As tropas russas, mais numerosas e mais bem equipadas, prosseguem o seu avanço na frente oriental, apesar da ofensiva ucraniana na Rússia, na região de Kursk, e da recente autorização do Presidente norte-americano, Joe Biden, à Ucrânia para utilizar mísseis de longo alcance fornecidos pelos Estados Unidos para atacar a Rússia.

As negociações entre as duas partes estão completamente bloqueadas desde a primavera de 2022, com Moscovo a continuar a exigir que a Ucrânia aceite a anexação de uma parte do seu território.

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