Cerca de 40 mil manifestam-se na Roménia contra amnistia de corruptos
Cerca de 40.000 pessoas manifestaram-se hoje em Bucareste e outras cidades da Roménia, protestando contra uma lei controversa que prevê a libertação de presos por crimes não violentos, incluindo políticos presos por corrupção.
© Reuters
Mundo Bucareste
Bucareste, 29 jan - Cerca de 40.000 pessoas manifestaram-se hoje em Bucareste e outras cidades da Roménia, protestando contra uma lei controversa que prevê a libertação de presos por crimes não violentos, incluindo políticos presos por corrupção.
Os cerca de 20.000 manifestantes, que se juntaram em Bucareste, a capital do país, gritavam "Roménia, acorda", "abaixo os ladrões" e outras frases de luta, agitando as bandeiras nacionais.
Na semana passada, o governo social-democrata, liderado por Sorin Grindeanu, publicou dois decretos-lei de emergência para libertar prisioneiros que cumpriam penas até cinco ano por crimes não violentos.
A aplicação desses decretos pode levar à libertação de cerca de 2.500 pessoas, incluindo vários políticos e magistrados que foram presos por crimes de corrupção, sendo que o estatuto de emergência evita a aprovação no parlamento da Roménia.
"Não é normal libertar ladrões. É uma má mensagem para passar aos nossos filhos", disse Anca, manifestante de 32 anos, com dois filhos.
Por sua vez, o ministro da Justiça Florin Iordache defendeu a medida, considerando que poderia ajudar a diminuir a pressão sobre as prisões sobrelotadas do país.
Ao passarem junto ao ministério da Justiça, os manifestantes pediram "Demissão!".
Na cidade de Cluj, mais cerca de 10.000 pessoas juntaram-se num protesto semelhante, e outros milhares nas cidades de Sibiu e de Iasi.
Os decretos já foram também criticados pelo procurador-geral da República, Agustin Lazar, pela procuradora-chefe anti-corrupção, Laura Codruta Kovesi, e pela presidente do Supremo Tribunal, Cristina Tarcea.
Em 2015, a Comissão Europeia, que está a acompanhar de perto as reformas na área da justiça, avisou para os riscos de a Roménia avançar com qualquer proposta que procurasse "perdoar indivíduos condenados por corrupção".
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